Por Yolanda Castillo
in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
A tendência social é guiar-nos por modas para quase tudo, incluindo os hábitos saudáveis ou hábitos de cuidados para nos mantermos saudáveis: dietas, mudanças de alimentação, diferentes variedades de exercício físico, meditação, técnicas de relaxamento, etc.
Todos, cada um no seu estilo, ajudam a manter um bom estado físico, ativar o corpo, libertar tensões; podemos dizer que são um bom hábito; mas existe um mas. São hábitos incompletos, pois senão cuidamos da mente, as emoções e pensamentos, em algum momento adoecemos. É por isso que são hábitos incompletos, porque não só não damos a devida importância aos cuidados emocionais, senão que temos hábitos emocionais nocivos e muito enraizados, dos quais não somos conscientes, que fazem com que aos poucos adoeçamos.
Geramos pensamentos e emoções de forma constante, sem ter consciência que isto é o que fazemos a cada segundo dos dias inconscientemente. Precisamente, este “inconscientemente”, faz com que não tenhamos noção real dos vícios emocionais que temos, enraizados que estão em nós e do rígido que somos, não com o exterior, mas sim em primeiro lugar somos inflexíveis connosco.
Por isso é mais fácil “treinar” e “reeducar” o corpo, que utilizar essa energia, perseverança e motivação para reeducar a mente, compreendê-la e cuida-la. Porque neste caso, a situação nos obriga a ver esses vícios emocionais negativos na forma de ser, atuar e comportar-nos, que nos levam até o estancamento emocional e pessoal, porque atuamos anulando as capacidades inatas, anulando a nossa “flexibilidade emocional”, por isso tentamos cobrir esta carência emocional, enganando a nossa mente e desenvolvendo a flexibilidade física; entendendo este termo como algo muito mais profundo que a elasticidade.
Flexibilidade também é sinónimo de fluidez e adaptação. Forçamos o corpo no âmbito da flexibilidade; bem seja com mudanças de hábitos de rotinas, exercício físico, alimentação, etc., porque a flexibilidade emocional é uma matéria pendente para grande parte da população.
Porque temos tanta dificuldade em compreende-la e pratica-la?
Porque em primeira instância, não compreendemos o papel da mente e das emoções na saúde; não entendemos que elas e como nos relacionamos com elas, são nossa responsabilidade, da mesma forma que os vícios fazem com que percamos a flexibilidade emocional.
A flexibilidade é um aspeto importantíssimo da saúde, não poderíamos falar de saúde sem ela; mas para que exista flexibilidade, para que o corpo seja flexível e nos mantenhamos saudáveis, a flexibilidade tem de nascer nas emoções porque senão o corpo não consegue manifesta-la.
Certamente estás a pensar, então, o que acontece com todas as pessoas que fazem o processo ao contrário, cuidando do corpo e depois anulando ou ignorando-o, certo? Eles são saudáveis, o seu corpo parece perfeito, certo?
Na verdade, é um auto engano, a ausência de sensibilidade em relação aos sintomas físicos, por causa da falta de flexibilidade emocional, não significa que tudo esteja a funcionar corretamente; pois trabalhamos tanto o corpo e ignoramos tanto as emoções que não percebemos que o sistema ósseo, a coluna vertebral e os músculos, são os mais afetados pela inflexibilidade emocional; pois eles são o eixo, o suporte de todo o organismo, o que nos permite exercitar sim, mas acima de tudo, é graças a eles que conseguimos nos mexer, ser independentes, ter liberdade, adaptar-nos, fluir… qualidades que não são apenas fisiológicas, mas sobretudo emocionais.
Realmente porque não prestamos atenção às necessidades emocionais. Se as tuas emoções não são flexíveis, o que te faz pensar que o teu corpo sim vai ser, se são as emoções que o nutrem e as principais responsáveis pela tua saúde.
Essa falta de flexibilidade, transportamo-la para todos os âmbitos da vida, seja nas relações pessoais, profissionais, etc., todas elas fazem parte de um estado de saúde equilibrado, porque flexibilidade emocional é sinónimo de movimento e sem dúvida, o movimento é mudança. Juntos, eles são um mecanismo perfeito, que não funciona se alguma das peças brilha pela sua ausência, ancoras-te no passado, no presente, tornas-te estático, inflexível e não há crescimento na tua vida, na tua saúde. Em resumo, vais contra a tua própria natureza.
A natureza do ser humano não tem como base o estancamento, mas sim a flexibilidade. Fica atento às suas emoções. Não tenhas medo da mudança, porque resistires à mudança e a abandonar antigas crenças emocionais, não te permite ser uma pessoa emocionalmente flexível e completamente saudável.
TERAPEUTA, NATUROPATA E EDUCADORA PERINATAL
www.eidh-escolaintegral.com
[email protected]
in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)