Por Danilo Buarque Couto
in REVISTA PROGREDIR |SETEMBRO 2019
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
O problema de todo esse “correr” moderno é que, no fim, ninguém sabe ao certo para onde corre! A principal missão que seria a de valorizar a vida e tudo que a envolve, passou a ser secundária, cedendo lugar a incessantes missões de competição por riqueza, por sucesso, por “seguidores”. Uma verdadeira “inversão de valores” que transforma as pessoas em seres mais infelizes, mais ríspidos, mais afastados uns dos outros. Valorizam e se ocupam com tantos afazeres supérfluos que esquecem de viver aquilo que é mais importante.
Nessa linha de raciocínio, percebe-se que um dos maiores erros do Ser Humano é só dar valor a certas pessoas ou coisas quando estas estão distantes, ou mesmo, quando já não mais as têm! E exemplos não faltam para ilustrar isso: é aquele amigo que sempre morou na sua cidade e você só se lembrou de ligar ou visitá-lo, quando soube que ele tinha ido embora do país; é aquele mar bonito que dava para ver da sua varanda e que você só lembrou de mergulhar quando foi transferido para o interior; é aquele abraço ou sorriso guardado para os seus pais que você só lembrou de dar quando eles tinham falecido; são tantos...
Só quem já passou por uma situação como as descritas sabe quão grande é o peso que fica na consciência. E a maior parte deste peso, muitas vezes, não é nem pela perda em si, mas pelo arrependimento de não ter aproveitado aquele/aquilo tão querido, tão próximo, tão acessível, que já não se tem mais, em suma, por ter perdido a oportunidade de fazer algo e não ter feito.
Essa negligência humana dá-se devido ao sentimento da perda ser maior que o do amor que se sente, e conciliar tanta coisa com a correria da vida moderna, é complicado. Engana-se quem acha que é complicado! As coisas mais importantes da vida são simples e o dinheiro (infelizmente o que mais se procura hoje!), não pode comprar! Nesse contexto, pergunta-se: será que na missão da Vida você tem dado valor àquilo que realmente importa?
Hoje cedo, ainda pela manhã, você parou um pouco para saborear os alimentos enquanto comia? Para sentir no rosto o sol ou a chuva? Para olhar o céu e as suas mais variadas formas de nuvens? Para ouvir o canto dos pássaros? Para admirar as diversas tonalidades de cores das folhas das árvores? Para fazer uma gentileza? Não? Talvez a pressa para o almoço tenha sido o problema!
E, durante a tarde, tirou tempo para sentir o cheiro das flores? Para sorrir para os outros que encontrou pelo caminho? Para praticar uma atividade física? Para doar sangue, eventualmente? Para dar ouvidos a alguém? Também não? Será que foi o trânsito do regresso a casa que não o deixou fazer nada disso?
E pela noite, dedicou um momento para abraçar um ente querido? Para admirar as estrelas? Para brincar com o seu filho, neto ou animal de estimação? Para dizer um elogio ou dar um conselho? Para meditar ou rezar? Enfim, para agradecer a Deus por tudo! Ainda não? Percebe que, em geral, a missão de valorizar a vida não está sendo bem executada nos dias atuais? Mas, calma! Isso não é motivo para procurar culpados, mas sim para refletir sobre a essência do viver e repensar as atitudes!
Nesse sentido, é preciso entender que a Vida é um presente que recebemos, de valor inestimável! Inestimável não só pelo viver em si, mas também por poder usufruir de toda a natureza que está em volta e compartilhar essa experiência com outros que aqui estão nesse mesmo plano, nessa mesma época. E para conseguir isso da melhor maneira é importante ser uma pessoa do Bem e dar valor aquilo que é bom... não perca tempo com futilidades ou com coisas más!
Por isso, finalmente, dê valor à sua saúde, não esperando ficar doente para se cuidar! Dê valor aos seus pais, não esperando eles morrerem para os aproveitar! Dê valor aos seus amigos, não esperando eles o procurarem; procure-os antes! Dê valor a si próprio, não esperando que essa valorização parta de outros! Dê valor à importância de você educar os seus filhos, não esperando que a escola ou a “rua” os ensine primeiro! Dê valor às diversas demonstrações de amor, não esperando só pelo “eu te amo! ”! Dê valor a alcançável alegria do mundo real, não esperando a realidade inalcançável do mundo virtual! Enfim, dê valor em ser feliz agora, não esperando por uma incerta felicidade futura!
Nessa ampla missão de valorizar a Vida, existem muitas coisas ao redor que requerem mais valor. Concorda? São inúmeras maravilhas que precisam ser melhor vividas, bem como, mais sentidas do que somente vistas!
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in REVISTA PROGREDIR |SETEMBRO 2019
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