Por José Micard Teixeira
in EVISTA PROGREDIR | MAIO 2012
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Se pensares bem e fores honesto contigo mesmo, vais perceber que cada vivência que aconteceu na tua Vida foi fundamental para conseguires chegar a uma determinada fase, e à fase a seguir a essa, e por aí adiante até chegares a hoje, a este momento.
Tu vês claramente que todas as tuas vivências, desde a tua infância até seres adulto, quaisquer que elas tenham sido, ajudaram a tornar-te quem tu és agora, independentemente de gostares ou não, de aprovares ou não.
Tu percebes que cada vivência conduziu à seguinte e trouxe-te sempre algo mais, fez-te aprender alguma coisa, tudo com o propósito de fazer-te evoluir como pessoa, como ser humano.
Tu passaste por todas essas vivências porque escolheste passar por elas, consciente ou inconscientemente, e a certeza deste ponto de vista é a realidade de que passaste por elas e viveste-as. Tu avançaste de cada vivência para uma nova, todas elas enredadas de alguma maneira, todas elas levando-te até ao teu presente. Tu sofreste, sentiste alegria, desanimaste, amaste, fracassaste, perdeste, sentiste muito provavelmente os efeitos de cada uma dessas vivências, mas viveste-as e nunca nada vai poder modificar isso.
E se pensares com honestidade em todas as tuas vivências de vida, seja qual for a sua extensão ou lógica, tu consegues perceber que existe em alguma parte de cada uma delas uma explicação e que cada acontecimento está de alguma maneira ligado ao próximo. Se retrocederes no tempo, verás que a dada altura da tua vida, por algum acaso, apareceu uma pessoa, que te apresentou a uma outra, pessoa essa que te levou a um lugar onde conheceste alguém que se tornou de alguma maneira marcante para ti.
Tu percebeste que, se não tivesses encontrado aquela pessoa, não terias conhecido o companheiro da tua vida, ou não terias conseguido o emprego que te permitiu de ocupar a posição profissional que ocupas atualmente, ou não terias feito aquela viagem que te fez decidir mudar de vida, ou não terias feito determinada escolha que mudou o rumo da tua existência.
Todos estes acontecimentos, aparentemente separados, vistos hoje, dão-te a estranha certeza de que todos eles te conduziram até este exato momento, agora.
E se tu fores ainda mais longe no tempo, sabes que houve um princípio.
Tu sabes que houve um instante, uma fração de segundo, em que tu começaste a existir. E se começaste a existir, teve de haver uma razão.
Mas qual é essa razão? Porque é que tu passaste da inexistência para a existência, para viver durante um tempo na existência e depois retornares de novo à inexistência? A verdade é que muito se tem dito e escrito sobre este assunto e poderíamos passar horas, dias, a especular sobre a verdadeira razão sem chegarmos a qualquer conclusão.
De qualquer forma, independentemente do que acreditas, tu sabes que aconteceu. Por isso é que estás aqui. Por isso é que tu existes. Portanto, a tua existência tem uma razão, que, seja ela qual for, queres descobri-la e poder começar a sentir, a pensar e a comportar-te em consonância com ela.
A este processo chama-se dar sentido à vida.
“Mas como posso eu encontrar o sentido da vida?”. Perguntas-me. “Ando há anos à procura e não encontro qualquer resposta. Sinto este vazio que não me larga.”
Deixe-me dizer-te uma coisa, que provavelmente te chocará.
A vida não tem sentido.
“Mas, então, para quê este texto? Porque que é que tanto se fala no sentido da vida e, afinal, você diz-me que ela não o tem?”. Questionas-me, ao mesmo tempo intrigado e um pouco irritado.
Não te preocupes. Eu explico-te.
Para ti, que acreditas que a vida tem um sentido e que, para ser feliz, tens de o encontrar, esta afirmação soa-te a ofensa.
Se a vida não tem sentido, para quê tanta preocupação em dizer-se que tem de se encontrá-lo como forma de alcançar o verdadeiro propósito nesta vida. “Então, o que ando eu aqui a fazer? . Perguntas-me, e com razão.
Deixa-me dizer-te uma coisa.
Se a vida tivesse um sentido e o teu grande objetivo fosse saber qual ele é, posso dizer-te que seríamos todos iguais assim que o obtivéssemos. E é precisamente o contrário. Somos todos diferentes. Tu és diferente de mim e eu de ti. E diferente não quer dizer melhor ou pior. Não. Diferente é apenas diferente. E é na diferença que nos tornamos únicos e especiais. Tu, eu e todos.
Por isso, volto a dizer.
A vida não tem sentido.
O que realmente se passa é que és tu quem toma uma decisão quanto à direção da tua escolha. Dito de outra maneira. A vida não tem um sentido próprio. Tu é que lhe vais dar um sentido. O teu. És tu quem vai dar um sentido à tua vida. Se assim não fosse, se a vida já tivesse um sentido, tu não poderias fazer uso do magnífico intento de levar a cabo o verdadeiro objetivo da vida.
A vida desenrola-se de uma determinada maneira, mas não tem um sentido previamente estabelecido. O objetivo da vida é que tu lhe atribuas um sentido. Por outras palavras. O grande objetivo é que tu dês sentido à tua vida, um sentido muito e unicamente teu, que refletirá quem tu realmente és ou queres ser. Só que tu ainda não determinaste quem realmente és ou queres ser e, portanto, ainda não deste sentido à tua vida.
Afinal, quem és tu?
O que queres da Vida?
Em nome do quê suportas tanto sofrimento?
Porque toleras o intolerável?
Porque buscas tanto a aprovação dos outros?
Porque teimas em correr até à exaustão?
Porque não paras um minuto para sentir?
Só sentindo poderás mudar algo na tua Vida, sabias?
Não te sentes cansado de pensar?
Quando vais finalmente perceber que só conhecendo-te vais poder saber o que realmente queres da Vida?
Muda, antes que a mudança te mude!
Sê tu mesmo e apenas tu mesmo!
Quando finalmente o fizeres, passarás a residir na liberdade de seres tu próprio.
Parabéns por quereres consegui-lo!
Se eu consegui, também tu vais conseguir!
Life Coach, Autor, Palestrante, Motivador de Mudança
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REVISTA PROGREDIR | MAIO 2012