Por Sara Martins
in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Enquanto seres humanos, pais, filhos, profissionais dedicados, seres sociais, procuramos depender o menos possível do exterior para conquistar as metas que vamos criando para nós mesmos.
Mas será esta sensação de controlo e de domínio realizável, ou uma ilusão?
Sempre que traça um novo objetivo, está a testar os limites da sua zona de conforto. Aquela sensação de segurança vacila e depara-se com uma decisão a tomar; arrisca ou não?
É perfeitamente natural e até expetável que pare para avaliar os riscos do novo desafio a que se propôs:
“Já fiz isto antes?”
“Quero mesmo fazer isto?”
“O que me vai custar se eu arriscar e perder?”
“O que vou ganhar se conquistar este objetivo”?
Por norma, destacam-se duas posições opostas nos momentos de decisão: arrisca porque o que poderá ganhar é importante para si, ou retira-se da corrida porque o que pode perder é mais importante ainda.
Aquilo que lhe ocorre é sentir que não controla esta situação nova, e poderá perfeitamente não obter o resultado que tanto ambiciona.
Dá por si a perguntar-se se não seria melhor manter-se protegido dentro da sua zona de conforto? Ou será que parte imediatamente para a novidade e arrisca?
Um dos Pressupostos básicos da Programação Neurolinguística (PNL) diz-nos que “o mapa não é o território”. Este conceito, introduzido pelo filósofo e cientista Alfred Korzibski em 1934 (conhecido pelo desenvolvimento da teoria da Semântica Geral), foi acolhido pela PNL que lhe deu uma aplicação mais prática: atribuiu o seu significado ao facto de cada Ser Humano captar e recriar a realidade mediante os seus sentidos e os seus filtros pessoais e intransmissíveis (nomeadamente ao nível das crenças e valores, vivências e memórias).
Na prática, a Realidade de cada um será sempre diferente da Realidade do “outro”, porque cada um de nós tem apenas verdadeiramente acesso à sua interpretação da Realidade, e não à “Realidade” em si. E isso afeta todas as decisões que tomamos!
Se a sua interpretação da Realidade passa pela sua auto-preservação, tenderá sempre a tentar garantir a manutenção da sua Zona de Conforto, e a maximizar o Controlo que exerce sobre o que o rodeia.
Contudo, se a sua interpretação da Realidade se inserir numa visão mais flexível do Mundo que tem à sua disposição, terá mais facilidade em aceitar que existe muito para além daquilo que a vista alcança e saltar para o desconhecido, de forma a expandir a sua Zona de Conforto sempre que possível.
Quanto mais tenta exercer Controlo sobre a sua vida, mais limitações impõe sobre si mesmo. A questão que se coloca então é, será mais feliz dentro ou fora da sua Zona de Conforto?
Considerando que o Ser Humano é por natureza um animal social e que nenhum de nós vive propriamente isolado de outras presenças semelhantes, cada interação com o exterior vem sempre carregada da sua dose de risco.
Mas se quer criar laços, comunicar e conhecer o Mundo do Outro, terá obrigatoriamente de abrir mão de algum controlo e fazer cedências, para assim enriquecer o seu leque de experiências e encontrar outras Vidas para cruzar com a sua.
Até mesmo na comunicação com o Outro torna-se essencial permitir alguma flexibilidade de forma a que se encontrem no meio-termo onde a diplomacia é possível.
Caso contrário, se se limita a fazer, dizer e pensar aquilo que acha acertado, quanto poderá com isso aprender e evoluir? E quem se quererá aproximar?
Enquanto seres fascinantes e mutáveis que somos, a beleza da nossa Humanidade está, muitas vezes, entrelaçada com a dádiva do Amor pela novidade.
E só no desconhecido poderá descobrir mais sobre si mesmo. Mesmo que não controle o que acontece a seguir, a decisão de seguir em frente ou voltar para trás será sempre sua!
FORMADORA E MASTER COACH DE PNL
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in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2017
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