in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2018
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Diga-me uma coisa. Em casa de manhã, desde o levantar até sair, no carro ou nos transportes públicos, no trabalho de manhã, de tarde, a ir buscar os filhos à escola, em casa à noite até se deitar, onde anda você, a sua mente? O quanto está realmente presente?
Pesquisadores da Universidade de Harvard estudaram 2.250 pessoas e concluíram que o estado habitual de distração ocupa aproximadamente 50% do nosso tempo. Ou seja, 50% do seu tempo pode andar em piloto automático, com a sua mente ocupada, não no momento presente, mas a pensar nalguma tarefa futura, lembrança do passado, ou mesmo perdida no mundo do imaginário. Acha que é o seu caso?
Apesar desta capacidade de operarmos em piloto automático ser uma vantagem evolucionária, o problema é que viver em demasia nesse estado traz muitos prejuízos. No mesmo estudo concluíram que somos mais infelizes quando estamos distraídos, para além de que somos menos eficientes na execução de tarefas, vivemos mais ansiosos (pensamentos sobre o futuro) com tudo o que isso implica para a saúde e temos mais tendência para a depressão (pensamentos sobre o passado).
Ora, é neste reconhecimento que a mente humana é uma mente dispersa, e uma mente dispersa é uma mente infeliz, que deparamos com a importância de exercitar a atenção plena, ou seja, de viver conscientemente o aqui e agora de forma plena e intencional. Por outras palavras já usuais, é essencial aprender a viver numa atitude mindful. Só que para diminuir aqueles 50% habituais de distração a que a sua mente está habituada, e fortalecer a sua capacidade de estar presente, consciente de si mesmo e do seu impacto sobre os outros, sensível às suas reações e situações de stress, é necessário praticar essa atenção plena um pouco todos os dias. E olhe que esta ginástica da atenção, chamemos-lhe assim, não é diferente de aprender um novo desporto, uma nova língua ou tocar um instrumento musical: exige disciplina, regularidade e tempo de prática.
Está preparado?
Como diz Eckhart Tolle:“Estar identificado com a mente é estar preso ao tempo. É a compulsão para vivermos quase exclusivamente através da memória ou da antecipação”.Ao pensar repetidamente no passado e ao criar constantes preocupações sobre o futuro, não permite que o presente seja o principal foco do seu pensamento.O grande desafio e convite das práticas de Atenção Plena é o conseguirmos trazer para as nossas relações e atividades do dia a dia, que geralmente executamos de forma automática e inconsciente, as qualidades de presença, abertura e atenção àquilo que se passa dentro e fora de nós.
Comece logo ao acordar. Em vez de levantar-se num impulso, permita-se despertar de forma gradual e com atenção na sua respiração, no seu corpo. Esteja presente ao lavar os dentes. No trânsito. A comer, saboreando cada garfada. Pode até usar sons habituais, como seja o toque do seu telemóvel, para, sempre que tocar,aproveitar para voltar ao momento presente, se lá não estiver,e fazer check-in do seu corpo, dos seus pensamentos e emoções. Durante uma semana, pode tentar reparar nos sons que todos os dias ignora, noutra semana, pode reparar nos cheiros à sua volta, noutra, pode reparar no rosto de toda a gente com quem fala.
Seja criativo nas práticas diárias de atenção plena, pois quando transformarmos a nossa forma de perceber o que nos rodeia, melhoramos a nossa qualidade de vida;ficamos mais tranquilos, melhoramos o nosso relacionamento com os filhos, que também serenam, baixamos níveis de stress, ansiedade,reforçamos o sistema imunitário, aumentamos a capacidade de concentração, melhoramos a memória, a capacidade de solucionar problemas e há até quem consiga perder peso, visto que potenciamos uma atitude consciente face à alimentação.
Por fim, um outro elemento essencial da atenção plena é a “emoção plena”. Em inglês, mindfulness (mind – mente) e heartfulness (heart – coração). Há mesmo quem diga que a atenção plena e a emoção plena são como as duas asas de um pássaro, pois é aqui que ampliamos - pela maior empatia, escuta ativa e compreensão -a nossa capacidade de nos relacionarmos com os outros harmoniosamente e de nos conhecermos melhor. Experimente. Comece já hoje a surpreender-se com tudo o que lhe traz o aqui e agora em verdadeira presença. Vai valer a pena.
LIFECOACH, PRACTITIONER DE PNL E PSYCH-K®
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