in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Claramente que a minha resposta é sim ou pelo menos assim deveria ser, a fisioterapia e o fisioterapeuta existem para ajudar o outro, o próximo, aquele que procura por estar frágil na sua condição existencial seja no cariz biológico (estrutura e função, ex. lesão), seja no cariz psicológico (deixei de ir ao cinema pela minha condição por isso estou triste), ou seja pelo cariz social (não posso sair de casa, pois não tenho elevador e não consigo subir e descer escadas), só seremos íntegros se formos honestos com aquele que está a nossa frente e nos disponibilizarmos nestas três vertentes.
A integridade é um fundamento básico para a vida pessoal e profissional por isso é obrigação do fisioterapeuta, tal como um médico, ou qualquer outro profissional de saúde, preocupar-se em fazer o que está certo, e o que está certo em fisioterapia deve, entre outras coisas, utilizar o conhecimento cientifico e o que esta, preconizado como bons padrões de prática em prol da melhoria da condição do seu doente, manter o foco, não se desviar do caminho não só do que a sua experiência lhe diz, mas fundamentalmente daquilo que a ciência lhe diz, ser honesto intelectualmente consigo próprio e com o doente só assim ambos poderão tirar os benefícios e atingir os objetivos a que se propuseram e acreditem que se assim for é muito provável que o fisioterapeuta cresça, a fisioterapia ganhe e acima de tudo o doente melhore.
Imaginem chegarem a alguém com um problema não complexo, mas difícil pelo quadro de do, cheios de expetativa que possam resolver o problema e esse profissional nem vos ouve, não vos é permitido contar a vossa história, rica em informação que para mim enquanto fisioterapeuta será determinante para o resultado final, para que vos possa conceder a alegria da melhoria da vossa condição, como posso selecionar as minhas competências se não vos ouvi? Será que fui íntegro, não, não fui, será que fui empático? Não, não fui, será que vos respeitei? Não, não vos respeitei. Não fui transparente com vocês, não partilhei as minhas ideias com vocês.
Na atualidade e na fisioterapia moderna a integridade passa por aceitar o doente como o centro do processo de reabilitação, ele é a parte mais importante da sua recuperação, sem ele não há processo, sem ele a Fisioterapia não existia. Isto pode parecer básico, mas pouco se pensa sobre o assunto, a maior parte dos profissionais continua a achar que está a tratar uma articulação ou um músculo e esquecesse da pessoa.
Ser íntegro tem a vantagem de não só tornar o ambiente de trabalho mais saudável, mas também fortalecer o laço terapêutico com consequências positivas para a melhoria clínica dos nossos doentes. A integridade, mesmo a profissional é uma escolha, fazer a coisa certa apenas por ser o certo é o único caminho que nos dá segurança para as escolhas terapêuticas assertivas e que vão trazer o resultado clínico que pretendemos.
Gostaria de terminar com uma reflexão: compreendo que nascemos inteiros, mas que ao longo do nosso caminho somos influenciados pelo meio, por crenças, dogmas e pela cultura em que vivemos, até talvez pelo menos e provavelmente tudo isto nos tira a nossa integridade original, no entanto, cabe a todos nós o esforço e determinação para a recuperar.
Não se esqueçam, fisioterapia só com fisioterapeutas e se possível, íntegros.
Bem-haja a todos,
FISIOTERAPEUTA
[email protected]
in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2021
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