in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2019
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Não obstante, a velha máxima, já obsoleta de que “se não procurarmos a perfeição, nunca iremos alcançar a excelência”, nos dias de hoje vários estudos apontam para que a alta exigência com o próprio desempenho possa causar transtornos psicológicos, como depressão e ansiedade. O número cada vez mais elevado de doenças mentais, associadas ao excesso de perfecionismo, leva ao distúrbio Neurótico. Isto acontece quando a pessoa se sente constantemente insatisfeita e em dúvida com a sua performance e a qualidade do seu trabalho.
Nestes casos, o rigor e a rigidez excessivos, a atenção exagerada ao pormenor e a obstinação são atitudes típicas que prejudicam a pontualidade e a eficiência no trabalho.
Durante muitos anos, vivi para corresponder a um modelo ideal de Perfeição, nas tarefas e desafios que me eram confinados, sentindo que isso me protegia da crítica e do erro.
Pensava que o mundo me exigia isso e que eu teria que estar à altura das responsabilidades, de forma astuta e eficiente.
Na verdade, o que mais me custava era a auto – punição induzida, que surgia quando não terminava as tarefas no prazo estipulado. Sentia aquela angústia quando não me permitia falhar. Daí, resultava um estado de ansiedade, antes de ter a iniciativa de arranque, e, muitas vezes, acabava por procrastinar, adiando.
Frequentemente, o perfecionista tem dificuldade para iniciar a tarefa. Ele está tão focado em executar com perfeição, que se sente paralisado na hora de começar. Vai adiando e a produtividade é afetada. Tudo isto é doloroso!
Com o passar dos anos, quanto mais consciência tomava das minhas imperfeições e sombras, mais responsável e auto-exigente me tornava. E é tão fácil para nós, “buscadores” do desenvolvimento espiritual, cairmos no “erro” de nos querermos livrar, a todo o custo, das nossas imperfeições.
Porque, na essência, o perfecionismo é uma das formas mais ardilosas, que usamos, para nos desconectarmos da nossa verdadeira essência, que per si já é perfeita. É um “sugador” da nossa alma. É ansiedade auto-induzida. Paralisa-nos de tal ordem, que os nossos Sonhos e Metas ficam para segundo plano. É a maneira mais eficaz de viver uma vida pela metade.
“Quem nunca cometeu um erro, nunca tentou nada de novo” (A. Einstein)
À medida que vamos crescendo, perdemos a espontaneidade natural de criança: que vive com entusiasmo e sente o mundo como novidade; que não pensa nas normas sociais e que faz e arrisca, mesmo que cometa erros.
A Criança sabe que está aqui para aprender. E nós, adultos? Escutamos o que essa Criança interior tem para nos dizer? Aproveitamos o nosso potencial criativo?
A verdade é que a nossa Alma está neste Plano para aprender e evoluir. Só não nos disseram isso porque o medo de perder a “identidade” é maior do que a coragem de viver em verdade e humildade.
Muitas vezes, o perfecionismo não procura o primor ou a excelência mas a ausência de erros, num processo vicioso, repetitivo e compulsivo.
Esta característica costuma estar presente logo na infância ou na adolescência. De acordo com a Psicologia, nasce de uma auto - estima frágil que leva a pessoa a sentir que não é suficientemente boa e isso vai-se perpetuando pela idade adulta. Isto porque quando procrastinamos, estamos com medo de falhar, de sermos rejeitados, de não sermos amados e de sair da zona de conforto.
Esta ferida, de origem emocional, está bem dentro de nós.
Os padrões de comportamento mais usuais e 7 Dicas para deixar de ser Perfecionista:
1 - Procuram a perfeição em si, nas pessoas e na vida, com alto grau de exigência sobre tudo e todos;
Dica: Lembre-se que a perfeição não existe!
Obrigar-se à perfeição é a mais doente imperfeição. Porque ela simplesmente não existe.
2 - São pessoas muito críticas consigo mesmas e com os outros mas têm dificuldade em receber críticas, procuram sempre justificações para tudo;
Dica: Não tenha medo de críticas
Exigimos dos outros, na mesma medida que exigimos de nós. Deixe de lado o medo de ser julgado. Vale mais a pena ser verdadeiro consigo mesmo e ser feliz. Aja de forma autêntica.
3 - São competitivos ao extremo, pois sempre precisam ser os melhores;
Dica: Evite de comparar-se com os outros
O perfeccionismo é muitas vezes uma autocrítica acentuada, gerada pela comparação com os outros. Pode usar outras pessoas como fonte de inspiração mas não faça disso a necessidade de fazer igual ou Ser melhor.
4-Dificuldade para trabalhar em equipa, pois acreditam que só elas conseguem fazer as coisas perfeitamente;
Dica: Delegue tarefas! Aceite a opinião e a forma de fazer dos outros
Confie mais nos outros! Muitas vezes, o perfecionista tende a pensar que a medida das suas competências para desempenhar tarefas é a medida de todas as coisas.
5 - Procrastinação por medo de falhar e não obter resultados perfeitos;
Dica: Procure fazer o melhor que pode em vez de fazer perfeito
Ao fazermos o melhor que podemos, evitamos a frustração de nem sequer termos feito.
6-Atrasos nas tarefas e atividades pelo alto grau de esforço e exigência;
Dica: Trabalhe com prazos!
Defina um tempo para a execução de cada tarefa, isso irá ajudá-lo a focar-se mais no essencial.
7- Quase nunca dão o trabalho por concluído
Dica: Pratique a aceitação.
Saiba que há uma hora em que é preciso terminar. Aprenda a aceitar quando já está bom ou quando cumpre a necessidade. Aceite o resultado que vier.
Afinal de contas, é mais “descomplicado” do que aquilo que imaginamos. Num salto de fé, conseguimos superar os nossos medos e obstáculos, rumo a uma nova etapa da nossa vida. Basta dar o primeiro passo para a Super(ação).
O que importa é aceitar que fazemos o melhor e o que está ao nosso alcance e ser ousado para arriscar (com fé). Porque só nunca falhou quem nunca tentou!
A vida está cá para nos ensinar que só aprendemos errando, que errar é Humano e só assim poderemos evoluir no nosso caminho espiritual.
PSICÓLOGA COMUNITÁRIA E TERAPEUTA HOLÍSTICA / FORMAÇÃO EDUCAÇÃO NÃO FORMAL / REALIZA PALESTRAS, WORKSHOP´S E RETIROS NA ÁREA DO DESENVOLVIMENTO PESSOAL
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