in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Lúcia bonita e com tenra idade de 42 anos. Solteira, não tem tempo para namoros. O trabalho também não permite, ocupa-a bastante. É daqueles trabalhos que, tem elevada procura de mercado. É na área da consultoria informática. Os prazos são apertados e todos querem coisas para ontem, antes da pandemia. Com a pandemia, o cenário agravou, todos se lembraram de dar prioridade aos projetos que estavam na gaveta. O cenário é um horário de entrar sempre às 8h30, mas os de saída… são quando Deus quer. As idas à cama são curtas, 5 horas, muitas vezes acorda preocupada e sonha com os projetos. Mas o seu salário é bastante acima da média. Tem um carro de alta cilindrada, a casa está bem apetrechada de bonita decoração e conforto. As roupas, sapatos e malas tem divisão própria, são do mais bonito, requintado e discreto, apenas acessível a alguns. A conta poupança é bastante saudável. Permitiria fazer uns quantos estragos em jantares e viagens. O problema é que o chefe não permite gozar férias, os projetos estão sempre a cair e os prazos continuam a somar. Por este andar daria para gozar 2 meses de férias seguidos nas Maldivas. Amigos nem vê-los, ou melhor, uma vez ou outra dá para trocar 2 mensagens pelo whatsapp. Dá pelos seus dias a serem casa trabalho, ou melhor dizendo, apenas casa, visto que a pandemia fez com que se permitisse trabalhar apenas a partir de casa. A ansiedade dá conta dela. Pelos prazos que apertam. Pelo sono que falta. Pelos amigos e familiares que não vê. Pelas viagens que gostaria de fazer e que vai adiando.
2 casos diferentes que nos permitem dizer que a felicidade é definida como um conceito subjetivo, que depende de pessoa para pessoa e das suas expetativas e realizações ou do gap entre ambas. Dinheiro é uma coisa mais objetiva e facilmente quantificável. A questão é se dinheiro traz felicidade ou se felicidade traz dinheiro?
Muitos são os estudos efetuados ao longo de décadas que revelam que a falta de dinheiro para assegurar as condições básicas de vida (casa, alimentação, saúde, educação, etc) servem inclusivamente para gerar estados de infelicidade ou estados emocionais mais tristes. No entanto, também é revelado que o dinheiro atinge importância até determinado ponto. E qual é esse ponto? O ponto não é igual para todos, nem tem a mesma bitola, mas é o ponto em que permite ter condições de vida em conforto ou segurança. Ou seja, após se atingir as condições básicas de vida ou as condições de segurança e conforto a questão tem mais a ver com outros fatores que garantem a estabilidade emocional. São as expetativas, o propósito, as experiências realizadas ou investimento do tempo que é feito no dia a dia que se torna responsável para a felicidade. E porquê? Porque normalmente o acréscimo de dinheiro, não traz ao individuo por si só uma capacidade maior de desempenho. Normalmente traz consigo maiores responsabilidades, maior índice de horas de trabalho e de stress, aumentando o valor em carteira, mas não podendo investir nos fatores importantes para o equilíbrio emocional.
Por outro lado, há teorias que revelam que o dinheiro não é mais que energia. Nesse sentido o investimento em causas e experiências que vão de encontro à personalidade de cada um, torna as pessoas mais felizes no seu dia-a-dia, com maior capacidade de organização e de produtividade e consequentemente maior capacidade para gerar dinheiro.
Assim, o autoconhecimento e a perspetiva de cada um são essenciais no que à relação, dinheiro e felicidade diz respeito. Se o dinheiro é importante, todos estaremos de acordo que sim. Mas também estamos de acordo que família, amigos e experiências de vida são fundamentais para o nosso desenvolvimento, equilíbrio e bem-estar.
DIRETOR FINANCEIRO E CONTABILISTA CERTIFICADO
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in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2021
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