Por Carmen Krystal
in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Podemos ficar magicamente orgulhosos de algo que corre bem e nos traz satisfação, tal como podemos alimentar um orgulho tenaz em prol de provarmos que somos capazes de mais e melhor. Podemos ainda sentir um orgulho engrandecedor quando estamos apaixonados e felizes, ou, podemos sentir um orgulho magoado quando não somos correspondidos e temos de sobreviver à dor da desilusão.
Seja como for, o orgulho revela sempre que há em nós algo muito intrínseco que não é nada indiferente ao que se passa à nossa volta. E conforme venha da Alma ou do Ego, pode fazer a vida fluir ainda mais ou pode destruir num segundo a alegria de viver.
Ao longo da nossa vida vamos passando por vários estágios onde o orgulho toma diferentes proporções e o seu efeito pode ser o mais variado. Referindo os adjetivos que utilizei anteriormente para identificar os diferentes orgulhos que podem vir a ser mais negativos, digo que é normal, na adolescência, desenvolvermos dois tipos de orgulho: o orgulho tenaz que nos faz sempre ir mais além nos nossos objetivos, e/ou, o orgulho retaliador quando sentimos que não somos valorizados nem respeitados na nossa Essência por quem nos rodeia. Este último pode ser bem mais destruidor que o primeiro, uma vez que, ao nos sentirmos diminuídos, o nosso Ego vai alimentar os seus instintos de defesa e de sobrevivência para não deixarmos que o mundo fora de nós nos destrua.
Falar de orgulho em espiritualidade implica falar de arrogância, humildade e perdão. Na idade adulta, há fases em que nos sentimos perdidos, fases em que parece que a vida não anda, fases em que o passado nos revisita e isso nos deixa sem chão para andar para a frente.
A alimentação do orgulho retaliador pode ser uma das causas para isso, uma vez que as razões pelas quais ele foi ativado se perdem no tempo, mas a nossa atitude defensiva permanece, principalmente no nosso inconsciente. Exemplo disto pode ser a atitude que desenvolvemos em relação aos nossos pais quando não nos apoiam em alguma decisão e, no nosso interior desenvolvemos a crença “eu vou conseguir sozinho”; quando nos dizem que não valemos nada ou que nunca fazemos nada bem e em nós há uma vontade crescente de provar que somos capazes, só para ter o seu reconhecimento; ou ainda quando nós mesmos temos problemas de autoestima e amor-próprio e vivemos mais para fora do que dentro de nós e, cobramos muito dos outros o que não conseguimos ser.
Muitas vezes alimentamos rancor e mágoas que, mesmo quando conseguimos atingir o sucesso, mesmo quando já conseguimos provar que conseguimos sozinhos, continuam a existir em nós como um motor de arranque para continuar afincadamente nesse caminho.
O desenvolvimento da arrogância dá-se pela incapacidade de travar esta construção desmedida de querer ser mais e melhor em relação aos outros, de alguma forma, e acabamos por alimentar posturas de superioridade (que escondem complexos de inferioridade) que nos prejudicam frequentemente. Chega a uma altura que esse motor de arranque está desgastado e precisa de ser substituído. Chega a uma altura em que é preciso parar e questionar o que é que o/a faz agir? O amor por si mesmo/a no presente ou o rancor que alimentou para com outros no passado? E isto aplica-se a qualquer área de vida.
Quando conseguimos retirar dos ombros o peso do passado e damos mais valor ao presente, passamos a vibrar por um orgulho pessoal positivo, de satisfação e admiração. É quando nos permitimos analisar a nossa vida e nos questionamos “o que é que eu já consegui?” “O que é que eu já conquistei?” “Com que mérito?” e percebemos que afinal já construímos e temos capacidade para criar e construir algo de positivo, que deixamos a mágoa e o rancor para trás e passamos a vibrar numa onda de fluidez e harmonia onde valorizamos quem somos e todos os dias nos desafiamos a sermos melhores pessoas, de acordo com o que sentimos na Essência e intuímos da Alma.
É neste estado que conseguimos perdoar tudo o que de menos bom aconteceu no passado e alimentamos a humildade que todos deveríamos ter nesta tão efémera existência assim como o orgulho natural de quem consegue realizar os seus objetivos e propósitos, no decorrer normal da vida.
Não há mal nenhum em uma pessoa se sentir orgulhosa de si, antes pelo contrário. Aquela velha expressão: “se eu não gostar de mim quem gostará?” é válida também para esta questão do orgulho pessoal. O problema está quando utilizamos o orgulho como arma de arremesso para qualquer situação ou pessoa que nos deixa desconfortável.
O orgulho ferido, desmedido e separatista pode ser isto mesmo: “uma cerca de arame farpado que machuca quem está em ambos os lados.” (Queiroz)
E a nossa Alma não escolhe vir à Terra para ser “arame farpado”. Podemos ser indivíduos independentes, diferentes, autênticos e sublimes, mas sempre com a consciência que tudo isso faz parte da peça do puzzle que somos nesta existência e que não há puzzle que se componha com peças separadas. Podem estar distantes, mas não separadas.
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in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2017
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