Por Clara Fernandes
in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2012
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Relacionamentos existem em todo lado, com tudo. Com pessoas, com objetos, com animais, com a natureza, com tudo o que nos rodeia, incluindo Deus.
Sendo um dos maiores desafios com que o ser humano se depara, saber relacionar-se de forma saudável, harmoniosa e sadia, é também a principal causa para o sofrimento em que se vive. Quando se fala em relacionamentos, automaticamente pensamos nos relacionamentos amorosos, mas a toda a hora estamos em sistema automático de relacionamentos com os outros. O chefe no emprego, os nossos colegas, os nossos amigos, vizinhos, família, pessoas que fazem parte da nossa vida, que nos rodeiam e até com as pessoas que conhecemos casualmente.
Se desejarmos ser mais felizes, ter mais alegria, há que analisar a forma como nos relacionamos. A começar por si. A relação que tem consigo mesmo é a mais importante de todas. Que dizem os seus olhos quando se olha no espelho? É capaz de lhes dizer “eu amo-me e aprovo-me”? Acreditando e sentindo-o realmente? Precisa de se perdoar por alguma coisa? Quanto mais estiver disposto a amar-se e a aprovar-se, mais a sua energia vibrará em sintonia com a energia do Universo.
Ame-se, aprove-se, aceite-se, honre-se e terá os relacionamentos que sempre desejou. A chave está em si mesmo. Tão longe, mas afinal tão perto. Você é a cura, basta querer. Mas como lá chegar? Por certo é uma das perguntas que paira na sua mente. Enquanto acreditar que precisa de alguém que o ame verdadeiramente para se sentir bem, ficará frustrado porque estará à espera que outra pessoa satisfaça todas as suas necessidades. Aí remetemo-nos para a nossa infância.
A maioria de nós não foi educado na infância para se amar a si mesmo nem para ter uma auto-estima elevada, pelo que precisa de trabalhar esses aspetos na idade adulta.
Os relacionamentos reproduzem os padrões de infância onde se geram as mentiras primárias. Mentiras passam a ser verdades absolutas quando criança, tais como “Eu não sou suficientemente bom”, “Eu não mereço”, “Eu tenho algum problema” ou “Eu sou mau”. Um das formas de identificar se existe alguma mentira primária comece por analisar as suas crenças limitadoras que agora afetam os seus relacionamentos.
Pense num relacionamento importante para si e que lhe traz, ou trouxe, algum sofrimento… pergunte-se:
- Como é o meu comportamento, ajo ou reajo?
- Sinto medo?
- Medo do quê?
- De não ser amada?
- De ser rejeitada?
- Da crítica ou julgamento dos outros?
- Terei medo de falhar?
- Julgo-me dona da verdade?
- Em que altura da minha infância senti o mesmo?
- Para além de mim, quem estava nesse momento? Meu pai? A minha mãe?
- Que outras situações semelhantes senti o mesmo?
Faça este exercício e anote todas as respostas que lhe surgirem, mesmo que não façam sentido, anote-as, podem ser as respostas para as suas perguntas.
Os nossos relacionamentos acabam por ser o reflexo do relacionamento que tivemos em criança com um dos nossos pais, porque são a nossa primeira referência e vivência. E, enquanto essa questão não for resolvida, nunca poderá obter liberdade para conceber o que realmente quer num relacionamento. Comece por si, pelos que lhe são mais próximos, na maior parte das vezes os mais difíceis de encarar e “digerir”: a nossa família. Esse é o trabalho necessário e fundamental a fazer. Mesmo que hoje em dia o seu relacionamento com os seus pais seja cordial, a sua Criança Interior ainda pode carregar raiva, culpa ou medo, mesmo de forma inconsciente, é importante que enfrente esses sentimentos.
Nunca se esqueça, identificar, transmutar e criar de novo é o processo. Em cada momento de sofrimento existem a oportunidade de conquistar algo maior. Os relacionamentos são onde aprendemos mais sobre nós próprios, crescemos e evoluímos. Procure a sua chave, ela está dentro de Si!
Life Coach
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