Ashtanga Yoga
O Ashtanga Vinyasa é uma corrente do Yoga baseada em 8 passos, oito partes que é o significado de Ashtanga que constam nos Yoga Sutras de Patanjali e a coordenação entre a respiração e o movimento ou Vinyasa.
Esses oito passos são os Yama que são códigos de conduta social, ou a forma como nos devemos relacionar com o mundo à nossa volta, do qual fazemos parte, os Niyama ou códigos de conduta pessoal, que é a forma como devemos agir perante nós próprios, Asana ou as posturas psico-físicas do Yoga, Pranayama, ou as técnicas de captação e retenção do prana ou bioenergia através de técnicas de respiração, Pratyahara ou o controlo e recolhimento dos sentidos, Dharana ou estado de concentração, Dhyana ou meditação e Samadhi em que se atinge o estado de presença absoluta de união e contemplação, que deve ser o objetivo de toda e qualquer prática de Yoga.
Outra das caraterísticas do Ashtanga Vinyasa Yoga é o fato de dar muita importância à coordenação entre a respiração e o movimento, ou vinyasa e ao foco do olhar em determinado ponto, ou drishti e também à ação dos bandhas, que são contrações em determinadas zonas do corpo, que agem como válvulas de retenção do prana. Os bandhas ajudam também a estabilizar enquanto em permanência nas posturas.
Esta corrente de Yoga foi revelada por Vamana Rishi num texto antigo escrito em sânscrito sobre Yoga, o Yoga Korunta e passado a Tirumalai Krishnamacharya, um dos Yoguis mais conceituados do século XX. Mais tarde T. Krishnamacharya, passa estes ensinamentos aos seus discípulos, nomeadamente a Iyengar, que cria o seu próprio método e K. Pattabhi Jois, que seguiu as pegadas do seu mestre e difundiu os seus conhecimentos não só pela Índia mas também pela Europa e América. Hoje em dia este método de Yoga é um dos mais conhecidos e praticados em todo o mundo.
Nesta linha específica de Yoga, ao contrário de outras linhas, existe um conjunto de séries, seis no total, que são esquemas pré-definidos de posturas físicas que devem ser seguidas pelos praticantes, cada uma delas com o seu propósito. É comum os praticantes passarem anos em cada uma das séries, aperfeiçoando as várias técnicas.
A primeira série é conhecida como Yoga Chikitsa que significa Yoga terapia, pois é um processo de limpeza e tonificação do corpo e da mente.
Como é uma prática algo exigente a nível físico, o corpo tem tendência a aquecer e a transpirar, ajudando no processo de eliminação de toxinas. Além do mais, grande parte das posturas é de flexão e torção o que de certa forma ajuda a estimular os órgãos internos, o que vai também ajudar na eliminação de resíduos celulares e alguns fluídos corporais.
Uma coisas que sentimos a nível físico, é o corpo a ganhar tonificação muscular e flexibilidade, à medida que vamos praticando. Por vezes de uma semana para a outra conseguimos verificar uma grande diferença.
Esta evolução é também mais notória devido à repetição das posturas pois conseguimos comparar a evolução com maior facilidade o que também acaba por ser uma boa motivação para continuar a praticar, não só o facto de irmos conquistando e superando os nossos próprios limites, mas tendo mais uns quantos pela frente que nos irão desafiar. Tal como na vida.
Outro dos benefícios de haver uma sequência pré-definida, é o facto de nos levar a decorar a mesma, ajudando-nos desta forma a treinar a nossa capacidade de memorização e além disso, vamo-nos tornando cada vez mais autónomos, podendo mesmo vir a praticar sozinhos sem a necessidade de ter sempre um professor por perto ou de pensar que poderemos estar a fazer algo errado.
Aliás, esta prática fomenta mesmo a autonomia dos alunos, pois uma aula de Ashtanga Yoga, tanto pode ser guiada pelo professor, como pode ser Mysore Style, que é uma forma do aluno praticar por si só, seguindo a sequência, mas ao seu próprio ritmo.
Outra das coisas que vamos aprendendo também, é a obter um maior controlo da coordenação entre a respiração e o movimento, o chamado vinyasa.
Tanto nesta prática como em qualquer outra prática de Yoga, a respiração é algo fundamental. É algo que nos acompanha durante toda a nossa vida, sem ela não existimos, não vivemos.
De início o Ashtanga parece uma prática muito focada na parte física e com muitos pormenores técnicos, mas mesmo não o deixando de ser, à medida que vamos interiorizando a sequência e vamos tendo um maior controlo na nossa respiração, tudo se vai tornando mais simples e vai fluindo de uma forma mais natural.
É como tudo na vida, quanto mais praticamos, mais simples se vai tornando.
Além de todos estes aspetos físicos o Ashtanga Vinyasa trabalha a níveis mais profundos.
Trabalha também o foco e a atenção, a capacidade de memorização, o aumento da capacidade pulmonar, a autoestima, o controlo do ego, a auto superação e a humildade.
Para evoluirmos nesta prática, de forma segura, temos de estar muito atentos à forma como o nosso corpo vai reagindo a cada movimento, a cada permanência, a cada respiração, respeitar os nossos limites, mas com a consciência que podemos sempre ir um pouco mais além, aceitar o ponto onde estamos em cada momento e trabalhar a partir daí, empregando aqui o princípio da verdade ou Satya, aceitando-nos tal como somos e da não-violência ou Ahimsa, que deve começar em nós, não nos forçando a nada que o nosso corpo não nos permita.
No entanto no que toca a auto superação, também defendo que devemos pelo menos permitirmo-nos sempre tentar, com total consciência de tudo o que foi referido anteriormente, mas pelo menos não nos limitarmos. Desde que a prática seja executada com estes dois princípios em mente, o praticante não correrá o risco de se lesionar e estará sempre disponível a evoluir. Como em tudo, há que haver um equilíbrio para que as coisas fluam de maneira natural.
Falando na minha experiência pessoal, posso mesmo dizer que hoje em dia, quando pratico Ashtanga Yoga, é isso mesmo que sinto, um fluir natural de uma postura para a outra. Para mim, este fluir não é mais do que uma meditação em movimento. São momentos em que me sinto em total conexão comigo mesma, em que o tempo não existe, pois nem dou conta do tempo passar, de tal forma que estou imersa e focada em cada momento em cada sensação em cada respiração.
Esses oito passos são os Yama que são códigos de conduta social, ou a forma como nos devemos relacionar com o mundo à nossa volta, do qual fazemos parte, os Niyama ou códigos de conduta pessoal, que é a forma como devemos agir perante nós próprios, Asana ou as posturas psico-físicas do Yoga, Pranayama, ou as técnicas de captação e retenção do prana ou bioenergia através de técnicas de respiração, Pratyahara ou o controlo e recolhimento dos sentidos, Dharana ou estado de concentração, Dhyana ou meditação e Samadhi em que se atinge o estado de presença absoluta de união e contemplação, que deve ser o objetivo de toda e qualquer prática de Yoga.
Outra das caraterísticas do Ashtanga Vinyasa Yoga é o fato de dar muita importância à coordenação entre a respiração e o movimento, ou vinyasa e ao foco do olhar em determinado ponto, ou drishti e também à ação dos bandhas, que são contrações em determinadas zonas do corpo, que agem como válvulas de retenção do prana. Os bandhas ajudam também a estabilizar enquanto em permanência nas posturas.
Esta corrente de Yoga foi revelada por Vamana Rishi num texto antigo escrito em sânscrito sobre Yoga, o Yoga Korunta e passado a Tirumalai Krishnamacharya, um dos Yoguis mais conceituados do século XX. Mais tarde T. Krishnamacharya, passa estes ensinamentos aos seus discípulos, nomeadamente a Iyengar, que cria o seu próprio método e K. Pattabhi Jois, que seguiu as pegadas do seu mestre e difundiu os seus conhecimentos não só pela Índia mas também pela Europa e América. Hoje em dia este método de Yoga é um dos mais conhecidos e praticados em todo o mundo.
Nesta linha específica de Yoga, ao contrário de outras linhas, existe um conjunto de séries, seis no total, que são esquemas pré-definidos de posturas físicas que devem ser seguidas pelos praticantes, cada uma delas com o seu propósito. É comum os praticantes passarem anos em cada uma das séries, aperfeiçoando as várias técnicas.
A primeira série é conhecida como Yoga Chikitsa que significa Yoga terapia, pois é um processo de limpeza e tonificação do corpo e da mente.
Como é uma prática algo exigente a nível físico, o corpo tem tendência a aquecer e a transpirar, ajudando no processo de eliminação de toxinas. Além do mais, grande parte das posturas é de flexão e torção o que de certa forma ajuda a estimular os órgãos internos, o que vai também ajudar na eliminação de resíduos celulares e alguns fluídos corporais.
Uma coisas que sentimos a nível físico, é o corpo a ganhar tonificação muscular e flexibilidade, à medida que vamos praticando. Por vezes de uma semana para a outra conseguimos verificar uma grande diferença.
Esta evolução é também mais notória devido à repetição das posturas pois conseguimos comparar a evolução com maior facilidade o que também acaba por ser uma boa motivação para continuar a praticar, não só o facto de irmos conquistando e superando os nossos próprios limites, mas tendo mais uns quantos pela frente que nos irão desafiar. Tal como na vida.
Outro dos benefícios de haver uma sequência pré-definida, é o facto de nos levar a decorar a mesma, ajudando-nos desta forma a treinar a nossa capacidade de memorização e além disso, vamo-nos tornando cada vez mais autónomos, podendo mesmo vir a praticar sozinhos sem a necessidade de ter sempre um professor por perto ou de pensar que poderemos estar a fazer algo errado.
Aliás, esta prática fomenta mesmo a autonomia dos alunos, pois uma aula de Ashtanga Yoga, tanto pode ser guiada pelo professor, como pode ser Mysore Style, que é uma forma do aluno praticar por si só, seguindo a sequência, mas ao seu próprio ritmo.
Outra das coisas que vamos aprendendo também, é a obter um maior controlo da coordenação entre a respiração e o movimento, o chamado vinyasa.
Tanto nesta prática como em qualquer outra prática de Yoga, a respiração é algo fundamental. É algo que nos acompanha durante toda a nossa vida, sem ela não existimos, não vivemos.
De início o Ashtanga parece uma prática muito focada na parte física e com muitos pormenores técnicos, mas mesmo não o deixando de ser, à medida que vamos interiorizando a sequência e vamos tendo um maior controlo na nossa respiração, tudo se vai tornando mais simples e vai fluindo de uma forma mais natural.
É como tudo na vida, quanto mais praticamos, mais simples se vai tornando.
Além de todos estes aspetos físicos o Ashtanga Vinyasa trabalha a níveis mais profundos.
Trabalha também o foco e a atenção, a capacidade de memorização, o aumento da capacidade pulmonar, a autoestima, o controlo do ego, a auto superação e a humildade.
Para evoluirmos nesta prática, de forma segura, temos de estar muito atentos à forma como o nosso corpo vai reagindo a cada movimento, a cada permanência, a cada respiração, respeitar os nossos limites, mas com a consciência que podemos sempre ir um pouco mais além, aceitar o ponto onde estamos em cada momento e trabalhar a partir daí, empregando aqui o princípio da verdade ou Satya, aceitando-nos tal como somos e da não-violência ou Ahimsa, que deve começar em nós, não nos forçando a nada que o nosso corpo não nos permita.
No entanto no que toca a auto superação, também defendo que devemos pelo menos permitirmo-nos sempre tentar, com total consciência de tudo o que foi referido anteriormente, mas pelo menos não nos limitarmos. Desde que a prática seja executada com estes dois princípios em mente, o praticante não correrá o risco de se lesionar e estará sempre disponível a evoluir. Como em tudo, há que haver um equilíbrio para que as coisas fluam de maneira natural.
Falando na minha experiência pessoal, posso mesmo dizer que hoje em dia, quando pratico Ashtanga Yoga, é isso mesmo que sinto, um fluir natural de uma postura para a outra. Para mim, este fluir não é mais do que uma meditação em movimento. São momentos em que me sinto em total conexão comigo mesma, em que o tempo não existe, pois nem dou conta do tempo passar, de tal forma que estou imersa e focada em cada momento em cada sensação em cada respiração.
VÂNIA MONTINHO PROFESSORA DE HATHA YOGA www.facebook.com/vaniayoga [email protected] in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2018 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |