Aprenda a gerir os seus opostos, por Andreia de Carvalho
Acredito que progredir é o caminho rumo à nossa luz – a luz das nossas almas de bem e de amor.
Começo por partilhar uma história que se contava entre os índios cherokee. Diz a lenda, contando o avô ao neto, que dentro de cada um de nós vive um lobo bom e um lobo mau. O lobo bom é o responsável pelos pensamentos, ações e emoções de amor; o lobo mau é o da raiva, violência, injustiça ou egoísmo. E nós, seres humanos, passamos a vida com esta luta, entre um e o outro, dentro de nós… O neto pergunta ao avô: - e qual é que vence? – Vence aquele que tu alimentares!
Devo dizer que, desde que conheço esta lenda, ‘regresso’ a ela em muitos formatos: mental, oral, vivido e sentido. Reconheço-lhe uma grandeza simples no caminho que cada um de nós decide escolher rumo ao seu existir. E nos momentos em que o lobo mau se torna mais poderoso, sinto uma consciência de luz a brilhar, como que indicando o caminho a seguir, afastando-me da escuridão que vive de desequilíbrios. Decidi há alguns anos caminhar conscientemente para a luz. E cada experiência de fluxo, que é disso que se trata (a ciência, a filosofia e as religiões apenas usam terminologia diferenciada para o mesmo estado), representa uma visita feliz ao estado puro das nossas almas – a felicidade pacífica. Quanto mais prolongadas forem essas estadias, maior será a nossa capacidade de escolha no sentido do bem individual e coletivo. Voltando à lenda, quanto mais alimentar o lobo bom, mais forte ele fica, diminuindo a força do lobo mau, que, existindo, nos permite a consciência do bem.
Não é nada de novo. Contudo, relembrar a organização do universo em polos opostos (bem/ mal – sim/não – feminino/masculino – yang/ yin – luz/ escuridão – positivo/ negativo – dharma/ karma…) apoia-nos as escolhas que são nossas e só a nós dizem respeito, sem culpas ou acusações a outros. Reconheço que é uma aprendizagem exigente: eu sou a única responsável pela minha experiência de vida! Uma parte das vivências são fruto de escolhas diretas (fatores internos) e outra parte resulta da forma como olho e recebo o que me envolve (fatores externos). E nesta perspetiva científico-holística reside a minha capacidade criadora, pois sou eu que crio a minha realidade.
Esta consciência acompanha-nos no processo educativo, nas famílias e nas escolas? De que forma vamos despertando o lobo bom que há em cada um de nós? Receio que usemos demasiado do lobo mau para promover o lobo bom, em nós e nos outros…
Como posso desenvolver o amor e a alegria em mim e nos outros, se ‘exijo’ que os vivam sem eu os promover e viver?
Exemplo: se a mãe/educadora não é meiga nas suas palavras e ações , como pode ter esse retorno de um filho ou de um aluno?
SEI que não é fácil, que muitas vezes cedemos ao lado escuro de nós. Porém, pode decidir que contributo quer dar na sua ação educativa, consigo e com os outros, em especial filhos e alunos.
Ao partilhar e usar esta lenda na nossa família, quero deixar-vos algumas das reflexões do nosso filho de 7 anos: para ele o lobo bom é branco, a primeira cor, a mais clarinha, pacífica. Para ele há um lobo médio, branco e castanho/laranja; é uma cor média - é como uma pessoa normal, às vezes andam chatedas e outras vezes não. O lobo mau é preto (os lobos pretos são muito raivosos) - é a cor má, da escuridão (para mim, para os outros pode não ser…). E quando há birra, e estou atenta, basta lembrar qual o lobo que queremos viver, qual é que está a comandar, e os conflitos internos e externos começam a desvanecer-se…
Acredite! Desafie-se e viva o lobo que quer!
Desafio-coach:
1. Pense numa ação/estado negativo que se repete na sua vida e que lhe traz penalizações pessoais e sociais.
2. Agora defina a sua virtude, isto é, a virtude oposta a esse ‘defeito’.
3. A partir de hoje centre-se na virtude que quer desenvolver:
- ser-fazer-ter;
- defina palavras/ações ajustadas à mesma e viva-as na sua vida… e gradualmente vai deixando de ‘alimentar’ o lado negativo que se impunha.
Exemplo:
1. falar alto e usar agressividade verbal quando é desafiado(a)/quer impor-se;
2. falar num tom calmo, usando indicações verbais positivas do que se quer e não o que não se quer:
- fala baixo e arruma o teu quarto, sff., pois tem ficado muito bem;
(e não: não fales alto e não deixes o teu quarto desarrumado!)
E seja feliz!
Começo por partilhar uma história que se contava entre os índios cherokee. Diz a lenda, contando o avô ao neto, que dentro de cada um de nós vive um lobo bom e um lobo mau. O lobo bom é o responsável pelos pensamentos, ações e emoções de amor; o lobo mau é o da raiva, violência, injustiça ou egoísmo. E nós, seres humanos, passamos a vida com esta luta, entre um e o outro, dentro de nós… O neto pergunta ao avô: - e qual é que vence? – Vence aquele que tu alimentares!
Devo dizer que, desde que conheço esta lenda, ‘regresso’ a ela em muitos formatos: mental, oral, vivido e sentido. Reconheço-lhe uma grandeza simples no caminho que cada um de nós decide escolher rumo ao seu existir. E nos momentos em que o lobo mau se torna mais poderoso, sinto uma consciência de luz a brilhar, como que indicando o caminho a seguir, afastando-me da escuridão que vive de desequilíbrios. Decidi há alguns anos caminhar conscientemente para a luz. E cada experiência de fluxo, que é disso que se trata (a ciência, a filosofia e as religiões apenas usam terminologia diferenciada para o mesmo estado), representa uma visita feliz ao estado puro das nossas almas – a felicidade pacífica. Quanto mais prolongadas forem essas estadias, maior será a nossa capacidade de escolha no sentido do bem individual e coletivo. Voltando à lenda, quanto mais alimentar o lobo bom, mais forte ele fica, diminuindo a força do lobo mau, que, existindo, nos permite a consciência do bem.
Não é nada de novo. Contudo, relembrar a organização do universo em polos opostos (bem/ mal – sim/não – feminino/masculino – yang/ yin – luz/ escuridão – positivo/ negativo – dharma/ karma…) apoia-nos as escolhas que são nossas e só a nós dizem respeito, sem culpas ou acusações a outros. Reconheço que é uma aprendizagem exigente: eu sou a única responsável pela minha experiência de vida! Uma parte das vivências são fruto de escolhas diretas (fatores internos) e outra parte resulta da forma como olho e recebo o que me envolve (fatores externos). E nesta perspetiva científico-holística reside a minha capacidade criadora, pois sou eu que crio a minha realidade.
Esta consciência acompanha-nos no processo educativo, nas famílias e nas escolas? De que forma vamos despertando o lobo bom que há em cada um de nós? Receio que usemos demasiado do lobo mau para promover o lobo bom, em nós e nos outros…
Como posso desenvolver o amor e a alegria em mim e nos outros, se ‘exijo’ que os vivam sem eu os promover e viver?
Exemplo: se a mãe/educadora não é meiga nas suas palavras e ações , como pode ter esse retorno de um filho ou de um aluno?
SEI que não é fácil, que muitas vezes cedemos ao lado escuro de nós. Porém, pode decidir que contributo quer dar na sua ação educativa, consigo e com os outros, em especial filhos e alunos.
Ao partilhar e usar esta lenda na nossa família, quero deixar-vos algumas das reflexões do nosso filho de 7 anos: para ele o lobo bom é branco, a primeira cor, a mais clarinha, pacífica. Para ele há um lobo médio, branco e castanho/laranja; é uma cor média - é como uma pessoa normal, às vezes andam chatedas e outras vezes não. O lobo mau é preto (os lobos pretos são muito raivosos) - é a cor má, da escuridão (para mim, para os outros pode não ser…). E quando há birra, e estou atenta, basta lembrar qual o lobo que queremos viver, qual é que está a comandar, e os conflitos internos e externos começam a desvanecer-se…
Acredite! Desafie-se e viva o lobo que quer!
Desafio-coach:
1. Pense numa ação/estado negativo que se repete na sua vida e que lhe traz penalizações pessoais e sociais.
2. Agora defina a sua virtude, isto é, a virtude oposta a esse ‘defeito’.
3. A partir de hoje centre-se na virtude que quer desenvolver:
- ser-fazer-ter;
- defina palavras/ações ajustadas à mesma e viva-as na sua vida… e gradualmente vai deixando de ‘alimentar’ o lado negativo que se impunha.
Exemplo:
1. falar alto e usar agressividade verbal quando é desafiado(a)/quer impor-se;
2. falar num tom calmo, usando indicações verbais positivas do que se quer e não o que não se quer:
- fala baixo e arruma o teu quarto, sff., pois tem ficado muito bem;
(e não: não fales alto e não deixes o teu quarto desarrumado!)
E seja feliz!