Entrevista a Ana Rita Ramos
"Histórias que alimentam a alma e o coração"
Ana Rita Ramos, uma das caras
do Verde Movimento em Portugal, fala aos leitores da Revista Progredir, sobre a
sua paixão pela comunicação e como as histórias podem ser uma construção de vida.
Progredir: Quem é a Ana Rita Ramos, fale-nos de si, da sua história, das suas raízes?
Ana Rita Ramos: Sou jornalista. Sou apaixonada pelas temáticas da sustentabilidade e defensora de um jornalismo positivo que tanto tem caído em desuso nos últimos tempos. Criei há seis anos uma pequena editora, a HAVE A NICE DAY, especializada nas temáticas do ambiente, cidadania, empreendedorismo social e saúde e bem-estar. Desenvolvi o projeto editorial da GINGKO, criei o programa de televisão 5 DIAS 5 CAUSAS, e sou cofundadora do movimento de cidadania VERDE MOVIMENTO. Todos estes projetos têm como objetivo provar que podemos mudar o mundo sem estar no poder, com aquela lógica poderosa de que um pequeno gesto, multiplicado por muitas pessoas, dá origem a uma grande transformação.
No passado, fui coordenadora de conteúdos do programa da RTP Grandes Portugueses, responsável pelo site do programa e guionista de dois dos documentários finais que a RTP exibiu. Antes disso, fui grande repórter da Revista Prémio; diretora da revista de carreiras Você s.a. e editora da revista Exame. Tive ainda uma breve experiência profissional na Rádio Comercial, logo no início de carreira, quando ainda estava a terminar o curso de Comunicação Social do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em 1996.
Antes disso, e começando a história pelo início, nasci em Luanda, mas vim para Portugal com três anos. Cresci no meio de uma família com fortes valores morais e de solidariedade, o que me marcou definitivamente para a vida.
Progredir: Que papel tem na sua vida a comunicação?
Ana Rita Ramos: Um papel importantíssimo… Sou jornalista de profissão e apaixonada por aquilo que faço. Mas a minha missão como jornalista é mostrar pessoas e projetos que travam uma luta sistemática contra a indiferença e, no seu dia-a-dia, dão o exemplo. Sou uma crítica feroz do estado de certa comunicação social, das primeiras páginas inflamadas de derrota, das manchetes sensacionalistas. Sempre defendi que pessimismo não é jornalismo. Este é o meu contributo para criar um mundo onde todos gostemos de viver.
Mas todos os dias enfrento os profetas da desgraça. O meu otimismo sofre pressão por todos os lados. Dos derrotistas, dos cautelosos, dos acomodados, da brigada do “nunca-estivemos-tão-mal”, da tripulação “o-barco-vai-virar”. Desde o primeiro instante em que lancei os meus projetos confiei na importância de ser genuína e apostar nas emoções. Sempre acreditei que, estimulando a emoção, conseguiria as melhores pessoas para trabalhar, os melhores entrevistados para inspirá-las, os melhores parceiros e os leitores mais leais.
Progredir: O que está por detrás do conceito da Have a Nice Day?
Ana Rita Ramos: A HAVE A NICE DAY (HAND) é uma empresa especializada na criação de conceitos únicos, na conceção de conteúdos e eventos para múltiplas plataformas. Cada projeto da HAVE A NICE DAY – conteúdos, revistas, vídeos, eventos, sobretudo na área da sustentabilidade, ambiente, boas causas, cidadania – é preparado com o cuidado de quem está a fazer algo inesquecível. Os nossos projetos são irrepetíveis e únicos, como um romance fabuloso que só aquele escritor poderia escrever.
Na HAND gostamos de projetos “impossíveis”, gostamos que os nossos esforços desafiem as impossibilidades. Acreditamos na qualidade e no poder dos conteúdos.
Progredir: Quem é a Ana Rita Ramos, fale-nos de si, da sua história, das suas raízes?
Ana Rita Ramos: Sou jornalista. Sou apaixonada pelas temáticas da sustentabilidade e defensora de um jornalismo positivo que tanto tem caído em desuso nos últimos tempos. Criei há seis anos uma pequena editora, a HAVE A NICE DAY, especializada nas temáticas do ambiente, cidadania, empreendedorismo social e saúde e bem-estar. Desenvolvi o projeto editorial da GINGKO, criei o programa de televisão 5 DIAS 5 CAUSAS, e sou cofundadora do movimento de cidadania VERDE MOVIMENTO. Todos estes projetos têm como objetivo provar que podemos mudar o mundo sem estar no poder, com aquela lógica poderosa de que um pequeno gesto, multiplicado por muitas pessoas, dá origem a uma grande transformação.
No passado, fui coordenadora de conteúdos do programa da RTP Grandes Portugueses, responsável pelo site do programa e guionista de dois dos documentários finais que a RTP exibiu. Antes disso, fui grande repórter da Revista Prémio; diretora da revista de carreiras Você s.a. e editora da revista Exame. Tive ainda uma breve experiência profissional na Rádio Comercial, logo no início de carreira, quando ainda estava a terminar o curso de Comunicação Social do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em 1996.
Antes disso, e começando a história pelo início, nasci em Luanda, mas vim para Portugal com três anos. Cresci no meio de uma família com fortes valores morais e de solidariedade, o que me marcou definitivamente para a vida.
Progredir: Que papel tem na sua vida a comunicação?
Ana Rita Ramos: Um papel importantíssimo… Sou jornalista de profissão e apaixonada por aquilo que faço. Mas a minha missão como jornalista é mostrar pessoas e projetos que travam uma luta sistemática contra a indiferença e, no seu dia-a-dia, dão o exemplo. Sou uma crítica feroz do estado de certa comunicação social, das primeiras páginas inflamadas de derrota, das manchetes sensacionalistas. Sempre defendi que pessimismo não é jornalismo. Este é o meu contributo para criar um mundo onde todos gostemos de viver.
Mas todos os dias enfrento os profetas da desgraça. O meu otimismo sofre pressão por todos os lados. Dos derrotistas, dos cautelosos, dos acomodados, da brigada do “nunca-estivemos-tão-mal”, da tripulação “o-barco-vai-virar”. Desde o primeiro instante em que lancei os meus projetos confiei na importância de ser genuína e apostar nas emoções. Sempre acreditei que, estimulando a emoção, conseguiria as melhores pessoas para trabalhar, os melhores entrevistados para inspirá-las, os melhores parceiros e os leitores mais leais.
Progredir: O que está por detrás do conceito da Have a Nice Day?
Ana Rita Ramos: A HAVE A NICE DAY (HAND) é uma empresa especializada na criação de conceitos únicos, na conceção de conteúdos e eventos para múltiplas plataformas. Cada projeto da HAVE A NICE DAY – conteúdos, revistas, vídeos, eventos, sobretudo na área da sustentabilidade, ambiente, boas causas, cidadania – é preparado com o cuidado de quem está a fazer algo inesquecível. Os nossos projetos são irrepetíveis e únicos, como um romance fabuloso que só aquele escritor poderia escrever.
Na HAND gostamos de projetos “impossíveis”, gostamos que os nossos esforços desafiem as impossibilidades. Acreditamos na qualidade e no poder dos conteúdos.
Progredir:
Como descobre a sua paixão pelas pessoas e pelas suas histórias?
Ana Rita Ramos: Desde muito pequena que sou apaixonada por histórias. Todos sabemos que uma grande história, no momento certo, pode mudar a nossa opinião ou soltar aquele vital "Ah! Agora sim!". Porque olham na direção certa: das pessoas. Elas atraem-nos muito mais depressa do que o melhor dos relatórios anuais. Falamos de histórias fabulosas num bar, numa carruagem de metro, na hora do cafezinho no trabalho, com a família. Lugares onde raramente discutimos estatísticas...
Progredir: O que é como nasce o Verde Movimento?
Ana Rita Ramos: O ‘Verde Movimento’ é um movimento de cidadania com o objetivo de tornar o mundo em que vivemos mais limpo, mais sustentável, mais consciente.
É um movimento que aposta na sensibilização através de ações localizadas. Pessoa a pessoa, cidade a cidade, queremos mostrar que não só é possível, como também pode ser simples tornar o nosso dia-a-dia mais ecológico e mais sustentável.
Um movimento de cidadania que fomenta a partilha de ideias simples para tornar o mundo mais sustentável, na lógica “pequenos gestos, multiplicados por muitas pessoas, dão origem a uma grande transformação”. O movimento conta já com quase 122 mil membros no Facebook e tem um goodwill maravilhoso.
É importante acreditar na força da vontade individual, mostrando pessoas e projetos que travam uma luta sistemática contra a indiferença e, no seu dia-a-dia, dão o exemplo. A noção de sustentabilidade (desenvolvimento que não compromete o futuro) começa a ganhar as ruas. O VERDE MOVIMENTO faz parte desta corrente que pretende amenizar o nosso impacto sobre o ambiente e tornar a convivência social cada vez mais civilizada. O DIA VERDE, um dos nossos eventos, é apenas mais um contributo para criar um mundo onde todos gostemos de viver.
Na página de Facebook partilhamos os projetos e as pessoas que aqui e no mundo inteiro estão a trabalhar as temáticas da sustentabilidade ambiental, económica e social de forma incrivelmente sedutora.
www.facebook.com/verdemovimento
Ana Rita Ramos: Desde muito pequena que sou apaixonada por histórias. Todos sabemos que uma grande história, no momento certo, pode mudar a nossa opinião ou soltar aquele vital "Ah! Agora sim!". Porque olham na direção certa: das pessoas. Elas atraem-nos muito mais depressa do que o melhor dos relatórios anuais. Falamos de histórias fabulosas num bar, numa carruagem de metro, na hora do cafezinho no trabalho, com a família. Lugares onde raramente discutimos estatísticas...
Progredir: O que é como nasce o Verde Movimento?
Ana Rita Ramos: O ‘Verde Movimento’ é um movimento de cidadania com o objetivo de tornar o mundo em que vivemos mais limpo, mais sustentável, mais consciente.
É um movimento que aposta na sensibilização através de ações localizadas. Pessoa a pessoa, cidade a cidade, queremos mostrar que não só é possível, como também pode ser simples tornar o nosso dia-a-dia mais ecológico e mais sustentável.
Um movimento de cidadania que fomenta a partilha de ideias simples para tornar o mundo mais sustentável, na lógica “pequenos gestos, multiplicados por muitas pessoas, dão origem a uma grande transformação”. O movimento conta já com quase 122 mil membros no Facebook e tem um goodwill maravilhoso.
É importante acreditar na força da vontade individual, mostrando pessoas e projetos que travam uma luta sistemática contra a indiferença e, no seu dia-a-dia, dão o exemplo. A noção de sustentabilidade (desenvolvimento que não compromete o futuro) começa a ganhar as ruas. O VERDE MOVIMENTO faz parte desta corrente que pretende amenizar o nosso impacto sobre o ambiente e tornar a convivência social cada vez mais civilizada. O DIA VERDE, um dos nossos eventos, é apenas mais um contributo para criar um mundo onde todos gostemos de viver.
Na página de Facebook partilhamos os projetos e as pessoas que aqui e no mundo inteiro estão a trabalhar as temáticas da sustentabilidade ambiental, económica e social de forma incrivelmente sedutora.
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Progredir:
O tema deste mês da Revista progredir é “Alimentação Saudável” como se podem
alimentar as pessoas de forma a se tornarem seres humanos mais conscientes e
mais responsáveis em criarem um mundo melhor.
Ana Rita Ramos: Pessoalmente não como carne há mais de uma década mas não sou fundamentalista e acredito que é possível ter uma alimentação equilibrada sem grandes restrições. Mas aos poucos confirma-se o que até há pouco tempo se considerava ser a opinião delirante de meia dúzia de fundamentalistas. A alimentação humana já é reconhecida pela comunidade internacional como a principal causa dos problemas ambientais do planeta. Quem o vê no prato, com um ovo a cavalo, não imagina, por exemplo, que o bife de vaca, ícone da gastronomia ocidental, tem uma pegada ecológica comparável à de um veículo motorizado. Parece exagero, mas este paralelo foi feito pela FAO, já em 2006, no relatório “Livestock’s long shadow environmental issues and options” onde assume que “a indústria alimentar contribui mais para o aquecimento global do que todos os meios de transporte juntos”. A pecuária e em particular a bovinicultura foi então apontada como “uma das principais causas da degradação dos solos e da poluição da água”. Apesar da idoneidade da fonte e do dramatismo das revelações, a informação não teve grande impacto na opinião pública, e muito menos na indústria alimentar, cuja produção de carne não parou de aumentar.
Mas este estudo da FAO viria a inspirar muitos outros e a informação acumulada foi ganhando penetração no mercado. Aos poucos a contestação aos processos de produção em escala deste ramo da indústria está a ganhar massa crítica. A prova disso é que já começa a chegar ao mercado, produtos certificados de acordo com a sua pegada ecológica e a procura de alimentos de produção biológica está a crescer, assim como o número de pessoas que dispensam o consumo de carne bovina. Nem podia ser de outra forma, porque os dados que nos chegam sobre o impacto da indústria alimentar no ambiente, sobretudo da agropecuária, são avassaladores.
Progredir: Como imagina a história da sua vida?
Ana Rita Ramos: É uma história que se desenha todos os dias, com a crença absoluta de que é possível deixar uma marca positiva nas pessoas que me rodeiam. Quero ter uma vida com propósito. Recuso-me a encolher os ombros, com aquela atitude amargamente adulta e descrente: “Para que serve mais uma lista na pele da zebra?!”
Progredir: Que mensagem gostaria de transmitir aos leitores da Revista Progredir?
Ana Rita Ramos: Sejamos todos um pouco mais sustentáveis, saudáveis e solidários. Sustentabilidade é um tema em construção. Há muito para aprender sobre ele. Mas já sabemos que tem a ver com atos do nosso quotidiano. Desde estilos de vida e consumo de cada um de nós, até à forma como lidamos com o lixo que produzimos ou a forma como comemos. Tem a ver com a maneira como usamos os recursos e as energias disponíveis. Tem tudo a ver com a atitude individual em cada momento de nossas vidas. Gostaria que cada um de nós refletisse sobre a importância da responsabilidade individual para um mundo melhor. Todos, de facto, poderemos mudar o mundo. Todos temos de fazer a nossa parte.
Ana Rita Ramos
www.facebook.com/verdemovimento
Ana Rita Ramos: Pessoalmente não como carne há mais de uma década mas não sou fundamentalista e acredito que é possível ter uma alimentação equilibrada sem grandes restrições. Mas aos poucos confirma-se o que até há pouco tempo se considerava ser a opinião delirante de meia dúzia de fundamentalistas. A alimentação humana já é reconhecida pela comunidade internacional como a principal causa dos problemas ambientais do planeta. Quem o vê no prato, com um ovo a cavalo, não imagina, por exemplo, que o bife de vaca, ícone da gastronomia ocidental, tem uma pegada ecológica comparável à de um veículo motorizado. Parece exagero, mas este paralelo foi feito pela FAO, já em 2006, no relatório “Livestock’s long shadow environmental issues and options” onde assume que “a indústria alimentar contribui mais para o aquecimento global do que todos os meios de transporte juntos”. A pecuária e em particular a bovinicultura foi então apontada como “uma das principais causas da degradação dos solos e da poluição da água”. Apesar da idoneidade da fonte e do dramatismo das revelações, a informação não teve grande impacto na opinião pública, e muito menos na indústria alimentar, cuja produção de carne não parou de aumentar.
Mas este estudo da FAO viria a inspirar muitos outros e a informação acumulada foi ganhando penetração no mercado. Aos poucos a contestação aos processos de produção em escala deste ramo da indústria está a ganhar massa crítica. A prova disso é que já começa a chegar ao mercado, produtos certificados de acordo com a sua pegada ecológica e a procura de alimentos de produção biológica está a crescer, assim como o número de pessoas que dispensam o consumo de carne bovina. Nem podia ser de outra forma, porque os dados que nos chegam sobre o impacto da indústria alimentar no ambiente, sobretudo da agropecuária, são avassaladores.
Progredir: Como imagina a história da sua vida?
Ana Rita Ramos: É uma história que se desenha todos os dias, com a crença absoluta de que é possível deixar uma marca positiva nas pessoas que me rodeiam. Quero ter uma vida com propósito. Recuso-me a encolher os ombros, com aquela atitude amargamente adulta e descrente: “Para que serve mais uma lista na pele da zebra?!”
Progredir: Que mensagem gostaria de transmitir aos leitores da Revista Progredir?
Ana Rita Ramos: Sejamos todos um pouco mais sustentáveis, saudáveis e solidários. Sustentabilidade é um tema em construção. Há muito para aprender sobre ele. Mas já sabemos que tem a ver com atos do nosso quotidiano. Desde estilos de vida e consumo de cada um de nós, até à forma como lidamos com o lixo que produzimos ou a forma como comemos. Tem a ver com a maneira como usamos os recursos e as energias disponíveis. Tem tudo a ver com a atitude individual em cada momento de nossas vidas. Gostaria que cada um de nós refletisse sobre a importância da responsabilidade individual para um mundo melhor. Todos, de facto, poderemos mudar o mundo. Todos temos de fazer a nossa parte.
Ana Rita Ramos
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