Luz, por Ana Isabel Coelho
As pérolas rolavam pelo chão, produzindo um som incomodativo e cativante; transparentes, polidas, caindo de um em um segundo em gotas de chuva. Transformavam-se em pérolas ao tocarem levemente no piso sem imperfeições, qual bailarina em bicos dos pés a rodar as sapatilhas enquanto arqueia os braços.
Embatiam umas nas outras, como se fossem de bilhar, a reluzir mais do que o Sol. Nem sei se eram estrelas, nunca terei a certeza.
Olhei em volta, deparando-me com diversos espelhos, numa convergência de luz: fios ao acaso, de ouro, que me lembraram memórias minhas e de outrem.
Pairavam sobre mim valsas, medalhões, partituras, paisagens vistas de aviões e ainda um abarrotar de luz que cercava tudo e todos.
Sonhei em esquecer, em recomeçar. Em partir cada espelho que refletia quem fui. Que curiosidade tinha em vislumbrar um que me mostrasse o que irei ser! E então pensei, logicamente, que isso não fazia sentido. Aquando o Passado vivia presente na minha mente e imaginava um Futuro no qual me competia decidir e encarar simultâneas surpresas, parecia que o Presente, o «agora», era o que menos importava. Andava em círculos, entre o que conheci e ainda não existia, só para chegar à conclusão de que estava a criar recordações vazias e inanimadas na cabeça.
Tão presa nos erros que cometi, no perfeccionismo que nunca era suficiente sem entender que a mágoa não curava nada. Sempre a repetir, vezes sem conta, flashes da minha própria perspetiva vaga e sumida. Isso não resolve os medos, o arrependimento e toda a energia que se apodera de nós, denominada culpa. Sei, aliás, que não nos livra de falharmos mais tarde, talvez a escorregar em comportamentos já interiorizados, mas é possível construir uma consciência mais limpa e saudável: sem ideias pré-concebidas, limitações e forçar uma identidade que não nos pertence.
Embora haja uma oportunidade, um tempo, uma mobilidade dançante que é o nosso corpo e alma.
Também é necessário saber que ao sermos verdadeiros, gostar do que fazemos e das pessoas que nos acompanham, iremos conectar-nos ao lado espiritual que, no fundo, está sempre cá. As ideias e sonhos dominam o mundo quando algo é modificado, quando uma invenção surge na mente de alguém. Tudo o que dizemos ou agimos muda o mundo! O simples facto de sair, conversar, trabalhar ou, no global, existir! Já pensaste, em variadas situações, como as vidas das outras pessoas são afetadas por viveres? Não seria certamente igual. Quer acredites ou não no destino, vidas passadas, casualidades, religiões ou políticas, a verdade é que o abrangente grupo/clube a que todos estamos ligados é o das vivências! Da união humana que por mais seja complicada e inerente a fatores sociais ou familiares, moldando a nossa personalidade, estamos aqui. Não queiram dividir-se, separar-se na defesa de crenças que nos isolam da mente aberta.
Termos tantas opções, ver a vida e o mundo… não é fantástico? Admite que é! Ser adulto, crescer, implica responsabilidades, não estipular um paradigma de ceticismo. Existe luz, todos os dias, em projetores invisíveis que nos iluminam para cada um ser o principal da grande história que é a Humanidade. Sermos, finalmente, como as pérolas em pleno; parte delas provém da nossa alma.
A existência é luz, a coragem para ser feliz. Porque tu sabes, se pensares por ti, o que realmente queres. Fá-lo agora, começa hoje mesmo a embarcar na aventura de tentar ser quem és. Até o dia precisa da noite para descansar, e voltar horas depois preparada a erguer-se.
De que estás à espera?
Embatiam umas nas outras, como se fossem de bilhar, a reluzir mais do que o Sol. Nem sei se eram estrelas, nunca terei a certeza.
Olhei em volta, deparando-me com diversos espelhos, numa convergência de luz: fios ao acaso, de ouro, que me lembraram memórias minhas e de outrem.
Pairavam sobre mim valsas, medalhões, partituras, paisagens vistas de aviões e ainda um abarrotar de luz que cercava tudo e todos.
Sonhei em esquecer, em recomeçar. Em partir cada espelho que refletia quem fui. Que curiosidade tinha em vislumbrar um que me mostrasse o que irei ser! E então pensei, logicamente, que isso não fazia sentido. Aquando o Passado vivia presente na minha mente e imaginava um Futuro no qual me competia decidir e encarar simultâneas surpresas, parecia que o Presente, o «agora», era o que menos importava. Andava em círculos, entre o que conheci e ainda não existia, só para chegar à conclusão de que estava a criar recordações vazias e inanimadas na cabeça.
Tão presa nos erros que cometi, no perfeccionismo que nunca era suficiente sem entender que a mágoa não curava nada. Sempre a repetir, vezes sem conta, flashes da minha própria perspetiva vaga e sumida. Isso não resolve os medos, o arrependimento e toda a energia que se apodera de nós, denominada culpa. Sei, aliás, que não nos livra de falharmos mais tarde, talvez a escorregar em comportamentos já interiorizados, mas é possível construir uma consciência mais limpa e saudável: sem ideias pré-concebidas, limitações e forçar uma identidade que não nos pertence.
Embora haja uma oportunidade, um tempo, uma mobilidade dançante que é o nosso corpo e alma.
Também é necessário saber que ao sermos verdadeiros, gostar do que fazemos e das pessoas que nos acompanham, iremos conectar-nos ao lado espiritual que, no fundo, está sempre cá. As ideias e sonhos dominam o mundo quando algo é modificado, quando uma invenção surge na mente de alguém. Tudo o que dizemos ou agimos muda o mundo! O simples facto de sair, conversar, trabalhar ou, no global, existir! Já pensaste, em variadas situações, como as vidas das outras pessoas são afetadas por viveres? Não seria certamente igual. Quer acredites ou não no destino, vidas passadas, casualidades, religiões ou políticas, a verdade é que o abrangente grupo/clube a que todos estamos ligados é o das vivências! Da união humana que por mais seja complicada e inerente a fatores sociais ou familiares, moldando a nossa personalidade, estamos aqui. Não queiram dividir-se, separar-se na defesa de crenças que nos isolam da mente aberta.
Termos tantas opções, ver a vida e o mundo… não é fantástico? Admite que é! Ser adulto, crescer, implica responsabilidades, não estipular um paradigma de ceticismo. Existe luz, todos os dias, em projetores invisíveis que nos iluminam para cada um ser o principal da grande história que é a Humanidade. Sermos, finalmente, como as pérolas em pleno; parte delas provém da nossa alma.
A existência é luz, a coragem para ser feliz. Porque tu sabes, se pensares por ti, o que realmente queres. Fá-lo agora, começa hoje mesmo a embarcar na aventura de tentar ser quem és. Até o dia precisa da noite para descansar, e voltar horas depois preparada a erguer-se.
De que estás à espera?