Eco, por Ana Isabel Coelho
Escuta o eco dos teus passos; e até da tua sombra, o reflexo supremo de respeito pelo íntimo que tantas vezes renuncias. Assim sentes-te acompanhado, não de uma forma sombria, apenas reconfortante no sentido mais profundo da palavra.
Eco. Consegues ouvi-lo quando o lês em silêncio e as frases ressoam na tua mente?
Observa o vidro transparente. Sim, ali ao longe, aquele que suporta os cristais redondos com velas em flor. Repara na maneira como o céu se transpõe nele. Parece um límpido lago com nenúfares.
Sai para a rua. Agora. Dirige-te à estrada larga, a das amendoeiras. Para no centro, perto da árvore de maior envergadura e fecha os olhos. Sente o cheiro a jasmim que dela emana como um perfume enviado pelo divino. Após a sabedoria, caminha assertivamente até avistares uma casa antiga de madeira.
Saberás qual é quando a vires, sendo a única no cenário misterioso e inquietante, não obstante ser calmamente ilusório. Uma miragem para guardar fervorosamente no inconsciente.
Serpenteia pelo trilho salpicado por gotas de chuva, à direita da casa. Não te preocupes em entrar lá dentro, não tem nada de valor a não ser histórias, poeira e tábuas que rangem, onde o eco também está presente devido ao vazio.
Caminha cerca de dez minutos, devagar, sentindo cada rasto de vida a despontar nos intervalos do vento. Vê a civilização distante, inalcançável, como se o mundo fosse dividido em pedaços tão-somente por linhas divisórias inexistentes. Encontrarás uma colina, nada de perigoso, e aconselho-te a subi-la. É apenas uma sugestão, visto que a sua magnificência paisagística seria contraditória: a personificação do belo, liberdade e espiritualidade.
Decidiste espreitá-la? Espero que sim. É alta, íngreme, desafiante. Dali vê-se praticamente toda a cidade; ou seja, o mundo inteiro. O que é o mundo senão uno? As pessoas é que são diferentes, com todos os seus valores, crenças e culturas. Não é algo negativo, se pensarmos nos contributos que cada uma delas deu ao construir o que conhecemos.
Senta-te, é seguro. Contempla o momento. Sê espiritual com tudo o que acarreta: pensa, reage, sente. És espiritual, sobretudo, contigo próprio para saberes gerir as emoções e reconhecer a atitude a tomar. A isso denomina-se ser equilibrado.
Ser… simples. Se gritares, infelizmente, não ouvirás um grito épico como num filme, mas um muito mais abrangente: o eco despretensioso de quem abraça o mundo, preenchido pelo Presente. Não é por acaso que tem esse nome, é uma verdadeira prenda. Quando acreditares nessa magia verídica, terás uma das arestas da felicidade.
Segue o teu caminho.
Eco. Consegues ouvi-lo quando o lês em silêncio e as frases ressoam na tua mente?
Observa o vidro transparente. Sim, ali ao longe, aquele que suporta os cristais redondos com velas em flor. Repara na maneira como o céu se transpõe nele. Parece um límpido lago com nenúfares.
Sai para a rua. Agora. Dirige-te à estrada larga, a das amendoeiras. Para no centro, perto da árvore de maior envergadura e fecha os olhos. Sente o cheiro a jasmim que dela emana como um perfume enviado pelo divino. Após a sabedoria, caminha assertivamente até avistares uma casa antiga de madeira.
Saberás qual é quando a vires, sendo a única no cenário misterioso e inquietante, não obstante ser calmamente ilusório. Uma miragem para guardar fervorosamente no inconsciente.
Serpenteia pelo trilho salpicado por gotas de chuva, à direita da casa. Não te preocupes em entrar lá dentro, não tem nada de valor a não ser histórias, poeira e tábuas que rangem, onde o eco também está presente devido ao vazio.
Caminha cerca de dez minutos, devagar, sentindo cada rasto de vida a despontar nos intervalos do vento. Vê a civilização distante, inalcançável, como se o mundo fosse dividido em pedaços tão-somente por linhas divisórias inexistentes. Encontrarás uma colina, nada de perigoso, e aconselho-te a subi-la. É apenas uma sugestão, visto que a sua magnificência paisagística seria contraditória: a personificação do belo, liberdade e espiritualidade.
Decidiste espreitá-la? Espero que sim. É alta, íngreme, desafiante. Dali vê-se praticamente toda a cidade; ou seja, o mundo inteiro. O que é o mundo senão uno? As pessoas é que são diferentes, com todos os seus valores, crenças e culturas. Não é algo negativo, se pensarmos nos contributos que cada uma delas deu ao construir o que conhecemos.
Senta-te, é seguro. Contempla o momento. Sê espiritual com tudo o que acarreta: pensa, reage, sente. És espiritual, sobretudo, contigo próprio para saberes gerir as emoções e reconhecer a atitude a tomar. A isso denomina-se ser equilibrado.
Ser… simples. Se gritares, infelizmente, não ouvirás um grito épico como num filme, mas um muito mais abrangente: o eco despretensioso de quem abraça o mundo, preenchido pelo Presente. Não é por acaso que tem esse nome, é uma verdadeira prenda. Quando acreditares nessa magia verídica, terás uma das arestas da felicidade.
Segue o teu caminho.