Renascer durante a vida, a gravidez e o parto
Como nos relacionamos connosco?
A incapacidade de encarar a morte é o que provoca o fracasso no relacionamento connosco próprios e logo com os outros. Se queremos ser alimentados por toda a vida, em amor, precisamos encarar e desenvolver um relacionamento com a natureza da vida-morte-vida. Quando temos esse tipo de relacionamento connosco próprios não saímos mais por aí à procura de fantasias, mas nos tornamos conhecedores das mortes necessárias e nascimentos maravilhosos que criam o verdadeiro relacionamento. As dificuldades nos relacionamentos é o medo da natureza da vida-morte-vida, em especial do aspeto morte. Fomos ensinados que a morte é sempre acompanhada de mais morte e isto não é verdade. A morte está sempre no processo de incubar uma nova vida. Aprendemos a viver apenas metade das nossas emoções, como a alegria e o prazer, conotando todas as outras como negativas e remetendo-as para o fundo do nosso inconsciente, recusando-nos a vivê-las. Não nos aceitamos na nossa plenitude e como tal preferimos manter-nos na superficialidade das nossas emoções. Os medos, a vulnerabilidade, a raiva, a tristeza, são como a morte para nós. Recusamos a vivê-las. Mas ao fazermos isto, também dizemos não a nós mesmos.
Na nossa vida existem muitos finais, muitas mortes. Mas, enquanto um lado do coração se esvazia o outro se enche. Quando uma respiração termina, outra se inicia.
Em culturas como na Índia e na cultura maia, diz-se que a morte vira o bebé no útero para a posição de cabeça para baixo a fim de que ele possa nascer, guia as mãos da parteira e consola quem estiver chorando sozinho.
O medo de morrermos impede-nos de nascermos todos os dias e ser quem queremos ser.
Dar à luz uma nova vida e morrer são fenómenos idênticos. A mulher que se prepara para ser mãe passa por muitas mortes para renascer numa nova mulher. De acordo com Rodrigañes C, a maternidade pode ajudar a romper as couraças psicossomáticas que impedem a expansão de todo o campo amoroso e erótico da mulher. É graças aos partos, que os úteros se distendem e saem do seu estado letárgico e rígido. Num parto natural, a sexualidade feminina eleva-se a todos os anos de domínio. A mulher tem a oportunidade de se conectar com a sua essência selvagem, intuitiva, autêntica, despida de preconceitos, nua dos conselhos dos outros e desfolhada de ideias preconceituosas. De acordo com Michel Odent, é importante capacitar as mulheres a descer da coluna da tecnologia e começar a acreditar em si próprias e em sua capacidade de dar à luz.
"O maior dos nossos medos não é sermos inadequados.
O maior dos nossos medos é sermos desmesuradamente poderosos.
É a nossa luz, não as nossas trevas, o que mais nos assusta...." (autor desconhecido)
É importante reconhecer o medo como uma oportunidade de transformação. Muitas emoções afloram durante a gravidez e o parto. É essencial aceitar as nossas emoções. É imprescindível confiar na natureza.
Desde sempre que as mulheres pariram com o apoio de outras mulheres. Ao longo da história foram, pouco a pouco, assumindo uma postura submissa e delegaram na ciência um papel do qual naturalmente e instintivamente eram sabedoras. Não critico a evolução da ciência e o seu papel essencial na história, no entanto, temos que nos questionar sobre o que é realmente evolução e o que nos impede de ser humanos, ligados à nossa natureza sábia. A evolução da ciência e tecnologia quer tornar-nos máquinas desconectando-nos do nosso centro, das nossas emoções e intuição.
Humanizar e empoderar a mulher e o parto significa respeitar a natureza do corpo e dar o protagonismo do trabalho de parto a quem é de facto. A mulher nunca está sozinha e o trabalho em equipa é essencial. Os profissionais de saúde, doulas, acompanhantes, dependendo da escolha da mulher, estão presentes para ajudar caso seja necessário.
O retorno do poder da mulher não é tarefa fácil. Fomos ensinadas a cedê-lo com muita facilidade, fomos ensinadas a acreditar que não temos qualquer poder sobre os nossos corpos, sobre as nossas vidas, sobre as nossas vontades. Temos medo do que os outros vão dizer ou fazer, temos medo da rejeição, temos medo de estar sozinhas e de não nos integrarmos por termos ideias diferentes. O empoderamento pode ser um processo pelo qual podem acontecer transformações nas relações sociais, familiares, culturais e económicas.
Fazer escolhas não é fácil, ser livre não é fácil. A mulher empoderada sabe que pode enfrentar obstáculos externos e internos e será autónoma e capaz de fazer as suas próprias escolhas. Sabe atravessar os seus medos e dificuldades, sabe encarar as suas emoções e senti-las, sabe pedir ajuda quando precisa. O amor que damos a nós próprias é o reflexo do amor do mundo.
Permite-te a sentir, permite-te a transformar, permite-te a aprender a respirar de novo e a amar-te. O mundo precisa de amor e este começa dentro de nós.
A incapacidade de encarar a morte é o que provoca o fracasso no relacionamento connosco próprios e logo com os outros. Se queremos ser alimentados por toda a vida, em amor, precisamos encarar e desenvolver um relacionamento com a natureza da vida-morte-vida. Quando temos esse tipo de relacionamento connosco próprios não saímos mais por aí à procura de fantasias, mas nos tornamos conhecedores das mortes necessárias e nascimentos maravilhosos que criam o verdadeiro relacionamento. As dificuldades nos relacionamentos é o medo da natureza da vida-morte-vida, em especial do aspeto morte. Fomos ensinados que a morte é sempre acompanhada de mais morte e isto não é verdade. A morte está sempre no processo de incubar uma nova vida. Aprendemos a viver apenas metade das nossas emoções, como a alegria e o prazer, conotando todas as outras como negativas e remetendo-as para o fundo do nosso inconsciente, recusando-nos a vivê-las. Não nos aceitamos na nossa plenitude e como tal preferimos manter-nos na superficialidade das nossas emoções. Os medos, a vulnerabilidade, a raiva, a tristeza, são como a morte para nós. Recusamos a vivê-las. Mas ao fazermos isto, também dizemos não a nós mesmos.
Na nossa vida existem muitos finais, muitas mortes. Mas, enquanto um lado do coração se esvazia o outro se enche. Quando uma respiração termina, outra se inicia.
Em culturas como na Índia e na cultura maia, diz-se que a morte vira o bebé no útero para a posição de cabeça para baixo a fim de que ele possa nascer, guia as mãos da parteira e consola quem estiver chorando sozinho.
O medo de morrermos impede-nos de nascermos todos os dias e ser quem queremos ser.
Dar à luz uma nova vida e morrer são fenómenos idênticos. A mulher que se prepara para ser mãe passa por muitas mortes para renascer numa nova mulher. De acordo com Rodrigañes C, a maternidade pode ajudar a romper as couraças psicossomáticas que impedem a expansão de todo o campo amoroso e erótico da mulher. É graças aos partos, que os úteros se distendem e saem do seu estado letárgico e rígido. Num parto natural, a sexualidade feminina eleva-se a todos os anos de domínio. A mulher tem a oportunidade de se conectar com a sua essência selvagem, intuitiva, autêntica, despida de preconceitos, nua dos conselhos dos outros e desfolhada de ideias preconceituosas. De acordo com Michel Odent, é importante capacitar as mulheres a descer da coluna da tecnologia e começar a acreditar em si próprias e em sua capacidade de dar à luz.
"O maior dos nossos medos não é sermos inadequados.
O maior dos nossos medos é sermos desmesuradamente poderosos.
É a nossa luz, não as nossas trevas, o que mais nos assusta...." (autor desconhecido)
É importante reconhecer o medo como uma oportunidade de transformação. Muitas emoções afloram durante a gravidez e o parto. É essencial aceitar as nossas emoções. É imprescindível confiar na natureza.
Desde sempre que as mulheres pariram com o apoio de outras mulheres. Ao longo da história foram, pouco a pouco, assumindo uma postura submissa e delegaram na ciência um papel do qual naturalmente e instintivamente eram sabedoras. Não critico a evolução da ciência e o seu papel essencial na história, no entanto, temos que nos questionar sobre o que é realmente evolução e o que nos impede de ser humanos, ligados à nossa natureza sábia. A evolução da ciência e tecnologia quer tornar-nos máquinas desconectando-nos do nosso centro, das nossas emoções e intuição.
Humanizar e empoderar a mulher e o parto significa respeitar a natureza do corpo e dar o protagonismo do trabalho de parto a quem é de facto. A mulher nunca está sozinha e o trabalho em equipa é essencial. Os profissionais de saúde, doulas, acompanhantes, dependendo da escolha da mulher, estão presentes para ajudar caso seja necessário.
O retorno do poder da mulher não é tarefa fácil. Fomos ensinadas a cedê-lo com muita facilidade, fomos ensinadas a acreditar que não temos qualquer poder sobre os nossos corpos, sobre as nossas vidas, sobre as nossas vontades. Temos medo do que os outros vão dizer ou fazer, temos medo da rejeição, temos medo de estar sozinhas e de não nos integrarmos por termos ideias diferentes. O empoderamento pode ser um processo pelo qual podem acontecer transformações nas relações sociais, familiares, culturais e económicas.
Fazer escolhas não é fácil, ser livre não é fácil. A mulher empoderada sabe que pode enfrentar obstáculos externos e internos e será autónoma e capaz de fazer as suas próprias escolhas. Sabe atravessar os seus medos e dificuldades, sabe encarar as suas emoções e senti-las, sabe pedir ajuda quando precisa. O amor que damos a nós próprias é o reflexo do amor do mundo.
Permite-te a sentir, permite-te a transformar, permite-te a aprender a respirar de novo e a amar-te. O mundo precisa de amor e este começa dentro de nós.
ANA INFANTE
ENFERMEIRA DE CUIDADOS PALIATIVOS, DOULA, TERAPEUTA DE REFLEXOLOGIA E MASSAGEM DE CONSCIÊNCIA CORPORAL E EMOCIONAL [email protected] |