Aceito-te como és… mas… |
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É habitual ouvirmos que… se gostamos do outro devemos aceitá-lo como ele é… ou, de forma análoga que… se gostam de nós, nos devem aceitar como somos…
Então… porque o “mas”… no título? Se nos apaixonamos, ou iniciamos um relacionamento com alguém que conhecemos com pouca profundidade, é natural que o sentimento se desenvolva e até aumente numa primeira fase. Existe o tempo de descoberta, das “borboletas”, de vermos o que de melhor cada um tem. Este período em muito contribui para alimentar o “Amor” que poderá fazer perdurar a relação. Numa segunda fase podemos começar a encontrar “diferenças”, coisas que gostamos menos, que não aceitamos tão bem… É uma fase onde, com flexibilidade e bom senso, nos aproximamos um do outro, nos moldamos e encaixamos… “problema” poderá existir quando estamos a ir para além do que a nossa flexibilidade “permite”, quando de alguma forma anulamos o nosso Ser, as nossas vontades e desejos mais íntimos. Porque gostamos do outro temos que aceitar tudo? Porque os outros gostam de nós podemos impor-lhes tudo? Com maior ou menor grau de consciência (maior ou menor tentativa de manipulação) o outro pode dizer-nos: se gostas de mim aceitas-me como sou… Mesmo que te dê com a frigideira na cabeça… te maltrate… não queira ter filhos quando tu queres… me drogue quando abominas drogas… Posso gostar de ti… posso aceitar-te como és… mas, juntos, fazemo-nos bem um ao outro? Num puzzle existem muitas peças… mas, uma peça, não encaixa com todas… pode “gostar” de todas, cada uma com a sua forma especial e única, pode aceitar todas, cada uma com as suas cores e características… mas… não encaixa com todas… e a perfeição do puzzle é mesmo essa… a de existir, para cada peça, algumas peças com as quais a afinidade é maior… Gosto de ti… Aceito-te como és… mas… tenho que ficar ao teu lado? Pedro Sciaccaluga Fernandes Mais artigos do mesmo Autor aqui |
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