A Análise Transgeracional

Quem sai aos seus não degenera, é um ditado português que usamos para justificar, na maior parte das vezes em graça, a repetição de um comportamento dentro da família. Mas e se “degenerar” é exactamente o que precisamos para quebrar padrões que não servem mais as dinâmicas familiares no contexto actual?
A Análise Transgeracional enquanto vertente terapeutica visa olhar a transmissão da herança psíquica, na qual o inconsciente, por ser transindividual e estruturado como uma linguagem, manifesta o conteúdo do passado, de uma forma mais ou menos idêntica, através do herdeiro, no seu presente.
A necessidade de pertença que partilhamos com os restantes mamíferos, através do instinto de sobrevivência, na crença inconsciente de que na maioria está a força, intensifica as lealdades que na herança transgeracional criamos com os nossos parentes, mesmo que nunca os tenhamos conhecido ou convivido com eles.
Uma avó que não teve a oportunidade de estudar pois ao perder a mãe cedo, casou para poder dar um lar aos irmãos, mas guardou o desejo intenso de aprender no seu coração. Uma neta que estuda, lê, faz formações, cursos e outros e que nunca se sente satisfeita ou pronta para “assentar arraiais”, são ligações de destino que atravessam gerações.
As projeções que, principalmente os pais, direcionam para os filhos, são tomadas pelos mesmos, já que o amor incondicional e a necessidade de cuidado e amor se sobrepõem à própria vontade.
Se deixarmos uma criança chorar durante a noite repetidamente, o mais certo é a dada altura ela parar de chorar. De um ponto de vista sistémico, os pais estão a definir o relacionamento com este filho e a moldar a sua participação no TODO que é a família. “As minhas necessidades não são atendidas, porque as dos meus pais vêm primeiro” assim, a criança cala-se para se ajustar ao que os pais precisam, começando a criar e cumprir o seu papel na dinâmica familiar. Em adulta, por exemplo, esta criança pode tornar-se num indivíduo que coloca as necessidades dos outros, principalmente os que lhe são importantes e com quem quer estar vinculada, à frente das suas.
Não é raro encontrar em consulta casos parecidos, onde a pergunta “mas o que queres tu?” tem a resposta “não sei”.
Como saber o que quero ou gosto, o que é importante para mim se estruturei a minha personalidade em torno das vontades e necessidades alheias?
Também Bert Hellinger, pai das Constelações Familiares, traz um aporte significativo às Terapias de base sistémica, importantes na pré-concepção. As Ordens do Amor ou Leis Sistémicas, cuja quebra, abre disfuncionalidade às relações entre os vários membros de uma família, o que por sua vez enfraquece a força do TODO e a energia vital que nos habita e, que é essencial para conceber filhos, reais e/ou simbólicos.
De reforçar que tais disfuncionalidades ou lealdades não são sinónimo de falta de amor. De acordo com Hellinger, elas desenvolvem-se no que ele chama de Amor Cego, no qual os cuidadores não vêm a pessoa à sua frente, mas sim as suas projecções e desejos para o outro, mascaradas do correcto, mas quase sempre motivadas por medo profundo e irracional.
O Amor que Vê vem da consciência e da humildade em estar a “favor de mim” sabendo que dessa forma jamais poderei estar “contra alguém”. E que a minha vida, enquanto adulto a mim pertence, tal como as consequências das escolhas que faço.
Enquanto usarmos e invistirmos a nossa energia de vida em padrões e papéis que não nos competem, estaremos a alimentar o passado e a travar a prosperidade em todas as suas formas.
Algumas questões para auto-análise:
- Sinto que tomo conta da minha mãe ou pai?
- Tomo decisões baseadas no que acredito que os outros querem ou pensam?
- Sinto-me mãe do meu companheiro?
- Sinto-me superior aos meus pais?
- No profundo de mim ainda me sinto uma criança?
- Sinto-me só na maioria das vezes mesmo tendo relacionamentos com outras pessoas?
- No dia a dia que relacionamentos e dinâmicas sinto que me nutrem ou que me drenam?
A Análise Transgeracional do casal na pré-concepção visa trazer consciência sobre as dinâmicas na família de origem, suas disfuncionalidades e influência na família nuclear que está a ser criada entre o casal e a sua vontade de passar a vida à frente. Por vezes, o peso dessas heranças e padrões compromete a fertilidade do casal.
De salientar que, de um ponto de vista sistémico o casamento é sempre um lugar de reconciliação e oportunidade de cura, pois não acontece apenas entre duas pessoas, mas sim entre dois clãs, já que cada um traz em si todo o conteúdo transgeracional, desde a resiliência, inteligência, alegria, às dores e feridas não saradas da história das suas famílias.
Acredito que o aumento de consciência sistémica, principalmente na pré-concepção vai transformar a forma como somos concebidos, como nascemos e somos criados, trazendo um estado natural de equilíbrio, onde no caminho do amadurecimento, os desafios são bem vindos, pois permitem a mudança necessária para uma vida leve, livre, plena e próspera.
A Análise Transgeracional enquanto vertente terapeutica visa olhar a transmissão da herança psíquica, na qual o inconsciente, por ser transindividual e estruturado como uma linguagem, manifesta o conteúdo do passado, de uma forma mais ou menos idêntica, através do herdeiro, no seu presente.
A necessidade de pertença que partilhamos com os restantes mamíferos, através do instinto de sobrevivência, na crença inconsciente de que na maioria está a força, intensifica as lealdades que na herança transgeracional criamos com os nossos parentes, mesmo que nunca os tenhamos conhecido ou convivido com eles.
Uma avó que não teve a oportunidade de estudar pois ao perder a mãe cedo, casou para poder dar um lar aos irmãos, mas guardou o desejo intenso de aprender no seu coração. Uma neta que estuda, lê, faz formações, cursos e outros e que nunca se sente satisfeita ou pronta para “assentar arraiais”, são ligações de destino que atravessam gerações.
As projeções que, principalmente os pais, direcionam para os filhos, são tomadas pelos mesmos, já que o amor incondicional e a necessidade de cuidado e amor se sobrepõem à própria vontade.
Se deixarmos uma criança chorar durante a noite repetidamente, o mais certo é a dada altura ela parar de chorar. De um ponto de vista sistémico, os pais estão a definir o relacionamento com este filho e a moldar a sua participação no TODO que é a família. “As minhas necessidades não são atendidas, porque as dos meus pais vêm primeiro” assim, a criança cala-se para se ajustar ao que os pais precisam, começando a criar e cumprir o seu papel na dinâmica familiar. Em adulta, por exemplo, esta criança pode tornar-se num indivíduo que coloca as necessidades dos outros, principalmente os que lhe são importantes e com quem quer estar vinculada, à frente das suas.
Não é raro encontrar em consulta casos parecidos, onde a pergunta “mas o que queres tu?” tem a resposta “não sei”.
Como saber o que quero ou gosto, o que é importante para mim se estruturei a minha personalidade em torno das vontades e necessidades alheias?
Também Bert Hellinger, pai das Constelações Familiares, traz um aporte significativo às Terapias de base sistémica, importantes na pré-concepção. As Ordens do Amor ou Leis Sistémicas, cuja quebra, abre disfuncionalidade às relações entre os vários membros de uma família, o que por sua vez enfraquece a força do TODO e a energia vital que nos habita e, que é essencial para conceber filhos, reais e/ou simbólicos.
De reforçar que tais disfuncionalidades ou lealdades não são sinónimo de falta de amor. De acordo com Hellinger, elas desenvolvem-se no que ele chama de Amor Cego, no qual os cuidadores não vêm a pessoa à sua frente, mas sim as suas projecções e desejos para o outro, mascaradas do correcto, mas quase sempre motivadas por medo profundo e irracional.
O Amor que Vê vem da consciência e da humildade em estar a “favor de mim” sabendo que dessa forma jamais poderei estar “contra alguém”. E que a minha vida, enquanto adulto a mim pertence, tal como as consequências das escolhas que faço.
Enquanto usarmos e invistirmos a nossa energia de vida em padrões e papéis que não nos competem, estaremos a alimentar o passado e a travar a prosperidade em todas as suas formas.
Algumas questões para auto-análise:
- Sinto que tomo conta da minha mãe ou pai?
- Tomo decisões baseadas no que acredito que os outros querem ou pensam?
- Sinto-me mãe do meu companheiro?
- Sinto-me superior aos meus pais?
- No profundo de mim ainda me sinto uma criança?
- Sinto-me só na maioria das vezes mesmo tendo relacionamentos com outras pessoas?
- No dia a dia que relacionamentos e dinâmicas sinto que me nutrem ou que me drenam?
A Análise Transgeracional do casal na pré-concepção visa trazer consciência sobre as dinâmicas na família de origem, suas disfuncionalidades e influência na família nuclear que está a ser criada entre o casal e a sua vontade de passar a vida à frente. Por vezes, o peso dessas heranças e padrões compromete a fertilidade do casal.
De salientar que, de um ponto de vista sistémico o casamento é sempre um lugar de reconciliação e oportunidade de cura, pois não acontece apenas entre duas pessoas, mas sim entre dois clãs, já que cada um traz em si todo o conteúdo transgeracional, desde a resiliência, inteligência, alegria, às dores e feridas não saradas da história das suas famílias.
Acredito que o aumento de consciência sistémica, principalmente na pré-concepção vai transformar a forma como somos concebidos, como nascemos e somos criados, trazendo um estado natural de equilíbrio, onde no caminho do amadurecimento, os desafios são bem vindos, pois permitem a mudança necessária para uma vida leve, livre, plena e próspera.

ANDREIA MADEIRA
TERAPEUTA SISTÉMICA NA PRÉ-CONCEPÇÃO, GRAVIDEZ E PÓS-PARTO INSTITUTO CONCEPÇÃO CONSCIENTE
Website: www.institutoconcepcaoconsciente.com
in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2024
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
TERAPEUTA SISTÉMICA NA PRÉ-CONCEPÇÃO, GRAVIDEZ E PÓS-PARTO INSTITUTO CONCEPÇÃO CONSCIENTE
Website: www.institutoconcepcaoconsciente.com
in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2024
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)